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Vigilância fará proposta para mudar legislação
DA REPORTAGEM LOCAL
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A partir da monitoração da
publicidade de medicamentos,
a Anvisa (Agência Nacional de
Vigilância Sanitária) irá propor
mudanças na legislação sobre o
assunto. As adequações começarão a ser discutidas no próximo ano, informou o órgão.
Uma das propostas em avaliação é a exigência de aprovação, pela agência, do layout do
material de divulgação dos medicamentos. A legislação hoje
veta a associação da droga a
símbolos que possam confundir o consumidor. Mas ninguém analisa o material.
Por exemplo, o desenho de
uma fruta, como um morango,
associado a um xarope infantil
pode induzir os pais e a própria
criança a pensarem que o produto não é um remédio.
Outra questão que deve gerar
nova regulamentação é a chamada propaganda institucional da indústria farmacêutica
em meios de comunicação de
massa. Por exemplo, um anúncio em revista semanal de um
laboratório que fala para o portador de disfunção erétil procurar um médico. A legislação
atual permite a propaganda
desde que o remédio não possa
ser identificado facilmente. Segundo Maria José Fagundes, da
Anvisa, o problema é que hoje,
mesmo que a publicidade seja
discreta, com o livre acesso à
internet e uma profusão de publicações de saúde para leigos,
facilmente o consumidor pode
descobrir qual é a droga e tentar comprá-la sem orientação
médica. Além disso, hoje alguns fabricantes dão tantas informações que é imediata a
identificação do produto.
A Anvisa também está de
olho em anúncios que usam selos e textos de sociedades médicas para tentar diferenciar o
produto. Segundo Fagundes, já
há meios legais para punir a
prática, mas a legislação tem de
ser mais clara.
O Conselho Nacional de Auto-Regulamentação Publicitária informou que não concorda
com algumas avaliações negativas da Anvisa de propagandas de remédios. Segundo o órgão, a agência também já considerou anúncios ilegais por erro de informação. Teria apontado que produtos anunciados
não tinham registro, mas o dado estava errado.
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