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PF prende em hospital envolvidos em suposta fraude
DA SUCURSAL DO RIO
A PF (Polícia Federal) deteve
ontem dois funcionários da rouparia do HSE (Hospital dos Servidores do Estado) e oito empregados da empresa de lavanderia
Brasil Sul, sob a acusação de envolvimento em uma esquema de
fraudes.
De acordo com a polícia, os acusados foram presos em flagrante
no momento em que a Brasil Sul
deixava na rouparia do hospital
um estoque de roupas limpas de
peso inferior ao relacionado na fatura da entrega.
Levados para a sede da PF no
Rio, os acusados foram indiciados
por estelionato e liberados em seguida. A PF não informou os valores da pesagem e da fatura.
Ministro
Na sexta-feira, durante visita a
hospitais federais no Rio, o ministro da Saúde, Humberto Costa,
havia dito que grupos do crime
organizado estavam infiltrados
no HSE e no Into (Instituto Nacional de Traumato-Ortopedia).
A atuação de grupos ligados ao
"crime organizado" seria nos
moldes de "uma articulação mafiosa", segundo o ministro. "Lá
dentro [do HSE] existe uma corrupção pesada."
Tradicional hospital do Rio, o
HSE já foi referência no tratamento ambulatorial e cirúrgico no
país. Hoje, "está totalmente sucateado", disse Humberto Costa na
semana passada.
Investigações
A investigação da PF, do Ministério Público Federal e do Ministério da Saúde nos hospitais da rede federal no Rio começaram em
abril. O ministério está realizando
auditorias nos hospitais.
A diretora do HSE, Ana Lipke, e
o diretor do Into, Sérgio Cortes,
têm sido ameaçados por causa
das auditorias e do cancelamento
de contratos considerados lesivos
ao patrimônio público. Os dois
diretores estão sob a proteção da
Polícia Federal.
Lipke disse que, ao assumir, encontrou irregularidades no contrato com a lavanderia.
"Reduzi em R$ 100 mil o valor
do contrato. Tinham sido feitos
termos aditivos que chegavam a
atingir 50% do valor do contrato,
o que é ilegal", afirmou ela.
Segundo Cortes, a revisão de
contratos com fornecedores do
Into já resultou na devolução de
pelo menos R$ 2,5 milhões aos cofres públicos desde agosto passado, quando ele assumiu o cargo
de diretor.
A Folha não havia conseguido
ouvir a Brasil Sul até a conclusão
desta edição.
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