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São Paulo, quarta-feira, 17 de setembro de 2003

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PF prende em hospital envolvidos em suposta fraude

DA SUCURSAL DO RIO

A PF (Polícia Federal) deteve ontem dois funcionários da rouparia do HSE (Hospital dos Servidores do Estado) e oito empregados da empresa de lavanderia Brasil Sul, sob a acusação de envolvimento em uma esquema de fraudes.
De acordo com a polícia, os acusados foram presos em flagrante no momento em que a Brasil Sul deixava na rouparia do hospital um estoque de roupas limpas de peso inferior ao relacionado na fatura da entrega.
Levados para a sede da PF no Rio, os acusados foram indiciados por estelionato e liberados em seguida. A PF não informou os valores da pesagem e da fatura.

Ministro
Na sexta-feira, durante visita a hospitais federais no Rio, o ministro da Saúde, Humberto Costa, havia dito que grupos do crime organizado estavam infiltrados no HSE e no Into (Instituto Nacional de Traumato-Ortopedia).
A atuação de grupos ligados ao "crime organizado" seria nos moldes de "uma articulação mafiosa", segundo o ministro. "Lá dentro [do HSE] existe uma corrupção pesada."
Tradicional hospital do Rio, o HSE já foi referência no tratamento ambulatorial e cirúrgico no país. Hoje, "está totalmente sucateado", disse Humberto Costa na semana passada.

Investigações
A investigação da PF, do Ministério Público Federal e do Ministério da Saúde nos hospitais da rede federal no Rio começaram em abril. O ministério está realizando auditorias nos hospitais.
A diretora do HSE, Ana Lipke, e o diretor do Into, Sérgio Cortes, têm sido ameaçados por causa das auditorias e do cancelamento de contratos considerados lesivos ao patrimônio público. Os dois diretores estão sob a proteção da Polícia Federal.
Lipke disse que, ao assumir, encontrou irregularidades no contrato com a lavanderia.
"Reduzi em R$ 100 mil o valor do contrato. Tinham sido feitos termos aditivos que chegavam a atingir 50% do valor do contrato, o que é ilegal", afirmou ela.
Segundo Cortes, a revisão de contratos com fornecedores do Into já resultou na devolução de pelo menos R$ 2,5 milhões aos cofres públicos desde agosto passado, quando ele assumiu o cargo de diretor.
A Folha não havia conseguido ouvir a Brasil Sul até a conclusão desta edição.


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