São Paulo, terça-feira, 17 de outubro de 2000

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Governador reconhece que arma de PM matou menino de 6 anos

DA SUCURSAL DO RIO

O governador do Rio, Anthony Garotinho, reconheceu ontem que partiu da arma de um policial militar a bala que matou um menino de 6 anos no morro de São Carlos, na zona central do Rio, há exatos dois meses.
Na época, o governo do Estado afirmou que Gabriel Barros dos Santos havia sido morto por traficantes. As autoridades diziam se basear em um laudo do IML (Instituto Médico Legal) que apontava um tiro à queima-roupa.
Mas um exame de balística feito pelo Instituto de Criminalística Carlos Éboli atestou que o tiro partiu da arma de um policial que estava na guarita do complexo penitenciário Frei Caneca, próximo ao morro.
"O governo agiu com transparência. Se fosse outro, abafava. O Estado tem que admitir seus erros", disse Garotinho. Ele disse que a família -que ontem foi recebida pelo secretário da Segurança, Josias Quintal- "tem todo o direito do mundo a uma indenização" e afirmou que o policial deve ser apresentado até sexta.
No dia da morte de Gabriel, os moradores do São Carlos desceram o morro, fecharam várias ruas do bairro do Estácio e queimaram dois ônibus.
O governo disse que o protesto foi incitado por traficantes e chegou a oferecer R$ 10 mil por informações que levassem à prisão do responsável pelo crime. Um protesto contra a violência policial convocado por líderes de favelas foi reprimido, com a ameaça de que os participantes seriam filmados e processados, pois estariam ligados ao tráfico.
Na favela Gogó da Ema, em Guadalupe (zona norte), moradores incendiaram um ônibus ontem em protesto contra a atuação dos PMs do Getam (Grupamento Tático Móvel). Eles acusavam os PMs pelo espancamento de um rapaz de 17 anos.


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