São Paulo, quinta-feira, 17 de outubro de 2002

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Grampos mostram Beira-Mar e Maluco negociando armas

FREE-LANCE PARA A FOLHA

Grampos feitos pela PF entre dezembro de 2000 e janeiro de 2001 revelaram que Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, negociou a venda de armas e drogas para Elias Pereira da Silva, o Elias Maluco. Nas fitas, Beira-Mar diz chefiar uma rede de distribuição internacional de drogas.
"Quando Léo [Leomar da Vila Ipiranga, do grupo de Beira-Mar, atualmente preso em São Paulo] era ladrão, eu já era "matuto" [fornecedor de drogas] e dono de boca-de-fumo. Léo tem conhecimento na Bolívia e eu conheço tudo "internacional" (...). Conheço Colômbia, Peru e outros países."
Elias Maluco atuava como redistribuidor de Beira-Mar nos morros dominados pelo CV (Comando Vermelho) no Rio. Chegou a receber 1.200 fuzis de uma vez só, entre fevereiro e março de 2001, revelam as gravações. Esse arsenal é avaliado pela PF em R$ 9 milhões.
As negociações incluíram também carregamentos de maconha e cocaína. Elias Maluco enviava o dinheiro e redistribuía drogas e armas nas favelas do Rio dominadas pelo CV.
Nas conversas, Beira-Mar, que na época estava foragido nas selvas colombianas, explicava a Elias Maluco como agir no Rio para receber armas e drogas do Paraguai, do Suriname e da Colômbia.


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