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PT quer tropas federais na eleição
DA SUCURSAL DO RIO
Depois dos episódios da madrugada, com ataques de traficantes por toda a cidade e uma tentativa de fuga em Bangu 3, a governadora Benedita da Silva (PT) disse que solicitou a presença de tropas federais no Estado no segundo turno da eleição.
O presidente do PT, José Dirceu,
reuniu-se com Benedita no Palácio Guanabara e disse que levará
ao presidente Fernando Henrique
Cardoso, algumas "questões políticas" sobre a segurança no Rio
-sem adiantar quais.
"Vamos levar algumas questões
que são importantes. Não tem nada a ver com força-tarefa. São
questões que precisam ser tratadas no nível político, por isso eu
vou participar", afirmou.
O porta-voz do Planalto, Alexandre Parola, afirmou que FHC
está pronto para receber Dirceu,
assim que a audiência for solicitada. Parola disse que o presidente
não conversou com Benedita,
mas recebeu do ministro da Justiça, Paulo de Tarso Ribeiro, um relato minucioso dos acontecimentos no Rio.
Na entrevista coletiva que deu
ontem, Benedita insistiu na necessidade de transferir do Rio o
traficante Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar.
Segundo ela, essa é uma das
principais reivindicações do governo, pois Beira-Mar tem mantido, preso no Rio, capacidade de
comunicação com seu grupo e de
articulação de ações criminosas.
A governadora pediu também
mais verbas para instalar bloqueadores de celular nos demais
presídios do complexo de Bangu.
Hoje só Bangu 1 tem o bloqueador, colocado depois da rebelião
de 11 de setembro.
A governadora afirmou que decidiu pedir a atuação das Forças
Armadas para dar tranquilidade à
população e aumentar a segurança na votação. Dirceu elogiou a
iniciativa. No primeiro turno da
eleição, Exército, Marinha e Aeronáutica participaram do esquema
de patrulhamento.
Militares
O presidente do STJ (Superior
Tribunal de Justiça), ministro Nilson Naves, defendeu ontem o uso
de tropas das Forças Armadas no
combate às ações do crime organizado no Rio de Janeiro.
O ministro considerou que existe uma "excepcionalidade" no
Rio, e por isso seria justificado o
uso de militares. "Eu tenho dito
que nós estamos vivendo no Rio
de Janeiro uma situação excepcional. Para situação excepcional,
medida excepcional", afirmou.
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