São Paulo, quinta-feira, 17 de outubro de 2002

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PT quer tropas federais na eleição

DA SUCURSAL DO RIO

Depois dos episódios da madrugada, com ataques de traficantes por toda a cidade e uma tentativa de fuga em Bangu 3, a governadora Benedita da Silva (PT) disse que solicitou a presença de tropas federais no Estado no segundo turno da eleição.
O presidente do PT, José Dirceu, reuniu-se com Benedita no Palácio Guanabara e disse que levará ao presidente Fernando Henrique Cardoso, algumas "questões políticas" sobre a segurança no Rio -sem adiantar quais.
"Vamos levar algumas questões que são importantes. Não tem nada a ver com força-tarefa. São questões que precisam ser tratadas no nível político, por isso eu vou participar", afirmou.
O porta-voz do Planalto, Alexandre Parola, afirmou que FHC está pronto para receber Dirceu, assim que a audiência for solicitada. Parola disse que o presidente não conversou com Benedita, mas recebeu do ministro da Justiça, Paulo de Tarso Ribeiro, um relato minucioso dos acontecimentos no Rio.
Na entrevista coletiva que deu ontem, Benedita insistiu na necessidade de transferir do Rio o traficante Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar.
Segundo ela, essa é uma das principais reivindicações do governo, pois Beira-Mar tem mantido, preso no Rio, capacidade de comunicação com seu grupo e de articulação de ações criminosas.
A governadora pediu também mais verbas para instalar bloqueadores de celular nos demais presídios do complexo de Bangu. Hoje só Bangu 1 tem o bloqueador, colocado depois da rebelião de 11 de setembro.
A governadora afirmou que decidiu pedir a atuação das Forças Armadas para dar tranquilidade à população e aumentar a segurança na votação. Dirceu elogiou a iniciativa. No primeiro turno da eleição, Exército, Marinha e Aeronáutica participaram do esquema de patrulhamento.

Militares
O presidente do STJ (Superior Tribunal de Justiça), ministro Nilson Naves, defendeu ontem o uso de tropas das Forças Armadas no combate às ações do crime organizado no Rio de Janeiro.
O ministro considerou que existe uma "excepcionalidade" no Rio, e por isso seria justificado o uso de militares. "Eu tenho dito que nós estamos vivendo no Rio de Janeiro uma situação excepcional. Para situação excepcional, medida excepcional", afirmou.


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