São Paulo, quarta-feira, 17 de novembro de 2004

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VIOLÊNCIA

Secretário estadual não vê necessidade de elevar efetivo em áreas turísticas

Ataque a turistas não cresceu, diz RJ

DA SUCURSAL DO RIO

O secretário estadual de Segurança Pública do Rio, Marcelo Itagiba, afirmou ontem que não houve aumento nos registros de roubos e furtos a turistas do ano passado para este ano no Rio.
Após reunião com comandantes de batalhões da Política Militar e delegados da Polícia Civil, o secretário criticou a atuação da prefeitura, que, na sua avaliação, não cuida da segurança nas áreas municipais e não atende devidamente as crianças que perambulam pela orla do Rio e que, em alguns casos, se envolvem em delitos.
Para Itagiba, não há necessidade de aumentar o efetivo de PMs nas áreas turísticas. "Vamos orientar os policiais para abordar grupos suspeitos antes que eles cometam crimes", disse.
Segundo as estatísticas apresentadas ontem pelo secretário, não há tendência de aumento nas estatísticas de roubos e furtos de turistas. No ano passado, foram registrados 2.995 casos. Neste ano, até setembro, o total é de 2.553. Na avaliação do secretário, nas comparações mês a mês, não foi verificada tendência de aumento.
As estatísticas, segundo o secretário, mostram que Copacabana, bairro que mais concentra turistas, é também o local onde mais ocorrem crimes contra os visitantes, seguido de Ipanema, centro, Leblon e Santa Teresa.
Dados coletados pela Folha diretamente na Delegacia de Atendimento ao Turista mostram que o bairro de Copacabana concentra, sozinho, 51% do total de roubos e 66% dos furtos entre outubro de 2003 a setembro de 2004.
O secretário estadual de Turismo, Sérgio Ricardo de Almeida, diz que as notícias recentes de crimes contra turistas (na sexta, uma japonesa foi esfaqueada e está em estado grave) têm pouco impacto no turismo internacional, mas pode afetar o doméstico. Na estimativa da secretaria estadual, 2004 fechará com um aumento de 12% a 15% no número de turistas no Rio em relação a 2003.
Almeida criticou o fato de outras cidades não mostrarem dados: "Gostaria de saber quantos turistas foram assaltados em São Paulo, Salvador, Paris ou Lisboa".
O comandante-geral da Guarda Municipal do Rio, Carlos Moraes Antunes, discorda das críticas de Itagiba. Segundo ele, a guarda faz regularmente operação de acolhimento de menores e moradores de rua, mas a responsabilidade sobre adolescentes infratores é da Polícia Militar. "A missão da prefeitura é atender o menor carente, e não o menor infrator", diz.


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