São Paulo, segunda-feira, 17 de dezembro de 2001

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ADMINISTRAÇÃO

Novo prédio que unirá PM e Civil terá sala "high-tech" de onde se poderá gerenciar três crises simultaneamente

Imóvel vai abrigar comando das polícias

André Sarmento
Ao fundo, a nova sede da Secretária de Estado da Segurança Pública na rua Líbero Badaró


DA REPORTAGEM LOCAL

A transferência da Secretaria de Estado da Segurança Pública para o centro transformará a Líbero Badaró na rua mais segura da cidade de São Paulo. A mudança dos gabinetes é concluída hoje, mas a inauguração ficou para a próxima quinta, com a presença do governador Geraldo Alckmin.
O aumento da segurança na Líbero Badaró não se dará apenas porque a secretaria foi para um edifício na rua, mas também porque o imóvel abrigará os comandos das polícias Civil e Militar.
O prédio fica em uma extremidade da rua, quase em frente ao largo São Bento. Na outra ponta, ficará todo o setor administrativo da polícia. Com isso o trânsito de policiais pela via será constante, o que deverá inibir a ação dos batedores de carteira da região.
Ao reunir o comando das polícias e o secretário no mesmo local, o governo de São Paulo conclui o seu projeto de integração. No novo prédio, terá uma sala de comando, do tipo "high-tech" parecido com o que se vê em filmes de ação norte-americanos, de onde se poderá gerenciar três crises simultaneamente.
"As mudanças das secretarias estaduais podem parecer mais demoradas porque não são simples transferências. Analisamos ponto a ponto as vantagens e desvantagens", diz Eduardo Izumino, do programa Revive o Centro. Segundo ele, o Estado possui cerca de 250 imóveis na região central, mas a minoria tem condições para abrigar secretarias e órgãos.
Izumino considera equivocada a mudança da prefeitura do Palácio das Indústrias -imóvel cedido pelo Estado- para o "Banespinha". "O ideal seria que a prefeita aproveitasse o fato de estar naquela região para promover uma revitalização do parque Dom Pedro 2º", considera o coordenador.
A administradora regional da Sé, Clara Ant, discorda: "O Palácio das Indústrias foi projetado para ser um centro de convenções agroindustrial e não uma prefeitura. Faltam as condições mínimas de trabalho no local", diz.
Um exemplo é a disposição dos gabinetes. O do vice-prefeito, Hélio Bicudo, por exemplo, não tem banheiro privativo. Izumino diz que as más condições atuais são consequência da mudança apressada realizada pela ex-prefeita Luiza Erundina (1989-92). "O projeto de reforma do local nunca foi concluído", afirma.
Segundo Clara Ant, a revitalização do parque Dom Pedro 2º está nos planos da prefeitura. "Resgatar a função daquele espaço como parque, vocação que se perdeu naquele emaranhado de viadutos, é o nosso propósito. E o palácio como centro de lazer e cultura combinaria muito mais", diz.
Mesmo sem o "Banespinha", de acordo com Izumino, o programa Revive o Centro seguirá firme no propósito de mudar a sede do governo para a região. "A questão foi de prioridades. No momento, o governo do Estado prefere optar por acelerar a desativação do Carandiru, por exemplo", afirma.



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