São Paulo, quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

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Após 1 mês, governo desconhece causas de acidente

DA REPORTAGEM LOCAL

Mais de um mês depois do acidente que deixou três pessoas feridas, a Dersa diz não saber informar o que provocou a queda das três vigas nas obras do trecho sul do Rodoanel, em Embu (Grande SP). A queda ocorreu em 13 de novembro.
Logo após o acidente, que interrompeu a rodovia Régis Bittencourt no sentido capital por horas, o governo José Serra (PSDB) estimava um prazo de 15 dias para apresentar um diagnóstico sobre o ocorrido. Na tarde ontem, o departamento disse não ter um prazo e "aguarda o laudo do IPT".
O IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas) informou, por sua vez, que deve concluir a investigação até o final do ano: 31 de dezembro. O órgão diz não descartar a possibilidade de conclusão antes disso, mas, de qualquer forma, o documento será entregue à Dersa e, por isso, não fará comentários.
Somente depois desse laudo a Dersa deve retomar as obras no local do acidente. Até poderia tê-las reiniciado, segundo o órgão, já que a área não está preservada pela perícia, mas o departamento vai esperar "por questões psicológicas".
Para o governo, há grandes chances de o acidente ter ocorrido por uma "barbeiragem" da empreiteira responsável pela colocação das vigas -o consórcio Rodoanel Sul-5 Engenharia Ltda. tem como sócias as empreiteiras OAS, Mendes Jr. e Carioca Engenharia.
Cada viga pesa mais de 80 toneladas. Dois carros e um caminhão foram esmagados. Na avaliação do governo, foi "um milagre" não ter havido mortes diante do estrago dos veículos.
Procurada, a Secretaria Estadual da Segurança Pública informou que IC (Instituto de Criminalística) ainda não concluiu seu laudo. Diz que não há um prazo definido para conclusão e o documento será entregue ao delegado responsável pela investigação.
A Secretaria dos Transportes e a Dersa informaram que não há previsão de relatórios preliminares do IPT. O governo também informou que a previsão de entrega desse trecho, março de 2010, está mantido.

Investigação
Na segunda posterior ao acidente, dia 16, o Ministério Público Federal deu prazo de dez dias para que a Dersa repasse todos os documentos da apuração interna do acidente.
Ontem, o MPF informou que o procurador responsável pelo pedido, José Roberto Pimenta Oliveira, está em férias e que só deverá haver novidades "provavelmente no ano que vem".
A Dersa informou que já entregou toda a documentação solicitada.
(ROGÉRIO PAGNAN e ALENCAR IZIDORO)


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