São Paulo, segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008 |
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
MOACYR SCLIAR É duro ser judeu
Ladrão finge ser judeu ortodoxo, mas é preso. A tentativa de Reinaldo Rodrigues, 30, de se passar por um judeu ortodoxo não durou mais do que cinco minutos. Após roubar R$ 15 mil em dinheiro, relógios, telefones e equipamentos eletrônicos da casa de um rabino, o bandido apropriou-se de um chapéu da vítima e, achando-se com cara de judeu, tentou fugir. Foi preso em flagrante pelo sargento da Polícia Militar André Mario Destro. O sargento Destro notou que o homem do chapéu usava um terno claro -religiosos judeus usam vestimentas escuras-, não tinha barba nem peiót -cachinhos ao lado das orelhas. O PM apontou para a imagem de um candelabro de sete velas que aparecia em uma moeda encontrada em poder do ladrão. Perguntou qual o nome da peça. Rodrigues ficou mudo. "Eu disse: isso aqui é uma menorá, um dos símbolos mais fortes do judaísmo." Segundo o PM, o ladrão, que portava um revólver de brinquedo, confessou o crime. Cotidiano, 13 de fevereiro de 2008
PIOR QUE UM FRACASSO , foi uma
humilhação. A tentativa de
passar por rabino resultara
num fiasco, e em deboche por parte
dos policiais e de outros presos. De
modo que, tão logo cumpriu a pena,
decidiu dar a volta por cima. Mostraria que podia, sim, desempenhar
aquele papel. Mais: ganharia dinheiro com isso. Durante as longas noites de cadeia elaborara um cuidadoso plano. Não apenas passaria por
judeu, como se intitularia chefe de
uma seita judaica por ele próprio
fundada. Com o dinheiro dos fiéis,
faria fortuna. MOACYR SCLIAR escreve, às segundas-feiras, um texto de ficção baseado em notícias publicadas na Folha Texto Anterior: Gestão Kassab diz que Plano Diretor cria leis de ocupação Próximo Texto: Consumo: Leitora manda boneca para recall e não a recebe de volta Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |