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Policiais comemoram com abraços
SERGIO TORRES
da Sucursal do Rio
A demissão de Luiz Eduardo
Soares da cúpula da Secretaria da
Segurança Pública do Estado do
Rio foi comemorada por policiais
e pelas entidades representativas
da categoria.
A Folha constatou o clima de
euforia na 21ª DP, em Bonsucesso
(zona norte), e na 13ª DP, Copacabana (zona sul). Policiais chegaram a trocar abraços para comemorar a demissão.
Na DRE (Delegacia de Repressão a Entorpecentes), policiais comentavam com alegria a saída de
Soares. Na semana passada, o delegado Cláudio Vieira, diretor da
delegacia, foi afastado do cargo
depois de ser acusado por Soares
de receber dinheiro para libertar
dois traficantes.
Desde a saída de Vieira, as investigações na DRE estavam praticamente paradas, em um protesto velado contra a decisão do
governador de afastar o delegado.
Para o diretor do Núcleo dos
Policiais Civis, Gemerson Henrique Dias, a demissão "demorou
até muito". Ele defendeu investigação policial para procedimentos administrativos adotados pelo
coordenador da Segurança.
"Quero ver se agora serão apuradas as nebulosas compras do
Projeto Delegacia Legal", afirmou
Dias, referindo-se à suspeita de
superfaturamento de preços na
implantação do projeto.
O presidente da Adepol (Associação dos Delegados de Polícia),
Wladimir Reale, criticou Soares
por fazer "acusações trêfegas e
imprecisas, de forma genérica,
abstrata e impessoal".
Segundo Reale, o coordenador
sonhava com o cargo de secretário da Segurança Pública.
"O objetivo dele era provocar
crises na secretaria, para assumir
o lugar do secretário Josias Quintal. Ele tinha objetivos políticos."
Antes de saber sobre a demissão
de Soares, o inspetor Fernando
Bandeira, presidente do Sindicato
dos Policiais Civis, organizava
manifestação em frente ao Palácio
Guanabara (sede do governo estadual), para protestar contra as
acusações aos policiais.
Bandeira afirmou que considera Soares inexperiente para ocupar cargos diretivos na Secretaria
da Segurança. "Ele desrespeitava
sistematicamente a instituição
policial e os policiais", afirmou.
Ontem, o chefe da Polícia Civil,
Rafik Louzada, entrou na Justiça
do Rio com uma interpelação judicial contra Soares.
No documento, ele pergunta se
Soares confirma ser de sua autoria declarações publicadas em jornais. Pede também que Soares defina o que é "banda podre" e se o
chefe de Polícia Civil integra esse
suposto grupo policial.
Soares tem 48 horas para responder à notificação. Louzada
planeja processá-lo por danos
morais após receber as respostas.
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