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Câmara tenta agilizar votações
GABRIELA ATHIAS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A Câmara dos Deputados se
prepara para votar um pacote de
projetos que endurecem as penas
e ampliam o poder da polícia para
investigar o crime organizado.
Entre as propostas programadas
para ir a plenário na semana de 19
de maio, está a que aumenta o
tempo máximo de prisão de 30
para 40 anos, aprovada anteontem pelo Senado.
O presidente da CCJ (Comissão
de Constituição e Justiça) da Câmara, Luiz Eduardo Greenhalgh
(PT-SP), informou ontem que o
presidente da Casa, João Paulo
Cunha (PT-SP), solicitou às comissões de Constituição e Justiça
e de Segurança Pública que selecionem os projetos prioritários e
agilizem sua tramitação para que
sigam nessa data para o plenário.
"Ainda estamos fazendo um levantamento dos projetos, mas alguns já estão prontos para ir ao
plenário", disse Greenhalgh.
Entre os considerados prontos,
dois endurecem as penas, um
simplifica o rito do Tribunal do
Júri e o terceiro aumenta o poder
de investigação da polícia, quando o alvo for o crime organizado.
Além de aumentar em dez anos
o tempo máximo de cadeia permitido no país, o projeto do senador José Sarney (PMDB-AP) propõe considerar como homicídio
qualificado crimes contra membros do Judiciário, Ministério Público e policiais.
Confinamento
Outro que endurece a pena é o
substitutivo ao PL 5.073/2001, que
prevê o confinamento em celas
individuais por até 360 dias àqueles que apresentarem "alto risco
para a ordem e segurança do estabelecimento penal ou da sociedade e estiverem envolvidos em organizações criminosas, quadrilha
ou bando".
Na segunda-feira passada, o
Conselho Nacional de Política Penitenciária aprovou moção contrária ao projeto, argumentando
que a Lei das Execuções Penais já
prevê celas individuais para sentenciados. Para os conselheiros, o
projeto vai abrir caminho para
que presos sejam mantidos em
celas de castigo por um ano.
A ONU aprovou recomendação
aos países para que "empreendam esforços tendentes à abolição do regime de isolamento com
medida disciplinar de castigo."
O presidente do Supremo Tribunal Federal, Marco Aurélio de
Mello, disse que o Judiciário irá
intervir caso sejam aprovadas leis
que sinalizem com a possibilidade de prisão perpétua.
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