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Cidade tem imagem ligada à violência
DA REPORTAGEM LOCAL
"Temos um estigma internacional, que é a Naval." A
frase é do secretário de Governo de Diadema, Arquimedes Andrade. O bairro
em forma de favela urbanizada ganhou notoriedade na
noite de 31 de março de 1997,
no "Jornal Nacional", da Rede Globo.
As imagens eram fortes:
policiais espancavam moradores e um deles, o soldado
Otávio Lourenço Gambra, o
Rambo, atirou contra um
carro, matando o conferente
Mário José Josino. Desde
aquela noite, Diadema passou a ser sinônimo de Naval.
Para reduzir a cicatriz, a
prefeitura e a sociedade civil
têm procurado implementar
programas sociais no local.
Morador da Naval há mais
de 20 anos, o técnico de informática Carlos Antonio
Rodrigues, 38, preside há 11
a Associação Filantrópica 25
de Julho. Até agora, ele usa
sua própria casa como sala
de aula de informática para
adolescentes e alfabetização
de jovens e adultos.
Neste ano, a Mercedes-Benz doou R$ 28 mil para a
compra da casa onde funcionará a sede da associação.
A prefeitura também procura implementar programas no local. O projeto Adolescente Aprendiz, que dá
uma bolsa de R$ 130 a jovens
que aprendem um ofício, foi
instalado primeiro na Naval.
Do outro lado da cidade,
no Jardim Campanário, onde a população diminuiu de
27.702 habitantes, em 1991,
para 22.092, em 2000, Nicola
Giglo, 69, que veio da Calábria aos 18 anos e há 40 mora
em Diadema, constata que o
desemprego influiu no padrão de vida das pessoas.
Dono de imobiliária, Giglo
diz que tem muitos imóveis
para vender, mas existem
poucos compradores interessados na região.
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