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São Paulo, sexta-feira, 18 de abril de 2003

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Cidade tem imagem ligada à violência

DA REPORTAGEM LOCAL

"Temos um estigma internacional, que é a Naval." A frase é do secretário de Governo de Diadema, Arquimedes Andrade. O bairro em forma de favela urbanizada ganhou notoriedade na noite de 31 de março de 1997, no "Jornal Nacional", da Rede Globo.
As imagens eram fortes: policiais espancavam moradores e um deles, o soldado Otávio Lourenço Gambra, o Rambo, atirou contra um carro, matando o conferente Mário José Josino. Desde aquela noite, Diadema passou a ser sinônimo de Naval.
Para reduzir a cicatriz, a prefeitura e a sociedade civil têm procurado implementar programas sociais no local.
Morador da Naval há mais de 20 anos, o técnico de informática Carlos Antonio Rodrigues, 38, preside há 11 a Associação Filantrópica 25 de Julho. Até agora, ele usa sua própria casa como sala de aula de informática para adolescentes e alfabetização de jovens e adultos.
Neste ano, a Mercedes-Benz doou R$ 28 mil para a compra da casa onde funcionará a sede da associação.
A prefeitura também procura implementar programas no local. O projeto Adolescente Aprendiz, que dá uma bolsa de R$ 130 a jovens que aprendem um ofício, foi instalado primeiro na Naval.
Do outro lado da cidade, no Jardim Campanário, onde a população diminuiu de 27.702 habitantes, em 1991, para 22.092, em 2000, Nicola Giglo, 69, que veio da Calábria aos 18 anos e há 40 mora em Diadema, constata que o desemprego influiu no padrão de vida das pessoas.
Dono de imobiliária, Giglo diz que tem muitos imóveis para vender, mas existem poucos compradores interessados na região.


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