São Paulo, sexta-feira, 18 de junho de 2004

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Hantavirose causa mais 2 mortes no entorno do Distrito Federal

LUIS RENATO STRAUSS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A Secretaria de Estado da Saúde de Goiás confirmou a ocorrência de duas mortes por hantavirose no entorno do Distrito Federal. Com isso, sobe para cinco o número de mortes na região desde o fim de maio.
Mais duas pessoas permanecem internadas em Brasília e outras três, que contraíram o vírus, foram liberadas, afirmou a Secretaria de Saúde do DF. As novas mortes são dos municípios de Cristalina e de Pirenópolis, ambos na região de Goiás conhecida como Entorno do DF por sua proximidade da capital federal.
A hantavirose é uma doença transmitida por pó ou água contaminados pela urina ou fezes de ratos silvestres. Os sintomas da doença são: febre, dores abdominais, musculares e de cabeça. A doença pode evoluir para a insuficiência respiratória e causar a morte do paciente. A falência dos pulmões é causada por derrame pleural (hemorragia na membrana que envolve os pulmões) e edema pulmonar (acúmulo anormal de líquido nos pulmões).
Os primeiros casos foram notificados no dia 22 de maio, quando três pessoas morreram em Brasília, duas da cidade-satélite de São Sebastião e uma de Paranoá. Depois dos exames clínicos, foi descartado a hantavirose para o de Paranoá. Na semana seguinte, mais uma pessoa vinda de São Sebastião morreu. Na semana passada, houve uma morte sob suspeita da doença na cidade, ainda não confirmada.
O governo do DF passou a investigar todos os casos que poderiam estar relacionadas ao vírus. Os hospitais, quando há suspeita de doenças endêmicas, notificam a vigilância sanitária e recolhem amostras de sangue ou de vísceras dos pacientes. As amostras de casos suspeitos de hantavirose foram encaminhadas ao Instituto Adolfo Lutz, de São Paulo.
Na investigação, foi constatado que as mortes de Cristalina e de Pirenópolis, ocorridas em 4 de maio e 8 de junho, foram motivadas pela hantavirose.
A secretaria de Goiás informou ontem que as duas mortes podem estar relacionadas com os casos da cidade-satélite de Brasília. O município de Cristalina faz divisa com São Sebastião, principal foco da doença. E a paciente de Pirenópolis tinha uma casa na cidade e outra em Brasília.
Inspeções da vigilância sanitária em 183 casas de São Sebastião constataram a presença de ratos em 51,91% delas.


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