São Paulo, quarta-feira, 18 de junho de 2008

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Secretária diz a grevista que manterá decreto

Maria Helena Guimarães de Castro, da Educação, recebeu professores e avisou que não fará alterações pedidas; paralisação continua

De 11 escolas visitadas pela reportagem na capital, cinco não haviam aderido à greve; pasta e sindicato divergem sobre número da paralisação

RICARDO WESTIN
DA REPORTAGEM LOCAL

Ontem, no segundo dia da greve nas escolas estaduais, a secretária estadual da Educação, Maria Helena Guimarães de Castro, recebeu os professores grevistas para avisar que, ao contrário do que eles esperam, o decreto que deu origem à paralisação não será revogado.
"A secretária disse que o decreto é importante e que, nesse sentido, ele não será alterado", afirmou Maria Auxiliadora Albergaria, que é assessora técnica da Secretaria da Educação e participou da reunião.
O decreto, assinado em maio pelo governador José Serra (PSDB), restringe a transferência de professores efetivos (para mudar de escola, é preciso estar na rede há três anos; para substituições, é necessário ficar no cargo de substituto por ao menos 200 dias) e impõe provas aos temporários (aqueles com notas altas têm prioridade para assumir turmas).
A Apeoesp (sindicato dos professores) diz que essas mudanças foram feitas sem consulta aos docentes e acabam com direitos adquiridos. Por isso, iniciou uma greve anteontem. A decisão ocorre às vésperas do recesso escolar de julho.
"A secretária disse que aceita ouvir nossas queixas, mas que não muda nada no decreto. A greve, portanto, continua", disse Carlos Ramiro de Castro, presidente do sindicato.
Segundo a Secretaria da Educação, 2% dos cerca de 250 mil professores não deram aula ontem. Pela versão do sindicato, a greve atingiu ontem 60% das 5.500 escolas do Estado.
Ontem, a reportagem visitou dez escolas da zona sul da capital e uma da região central. Delas, cinco não aderiram à greve, quatro aderiram e duas pararam parcialmente.
Cerca de 15% dos professores de escolas de Ribeirão Preto aderiram à paralisação. Na região de Araraquara, a greve só atingiu uma escola na cidade e outra em Matão. Nas regiões de Barretos e de Orlândia, não houve adesão. Na região de Jaboticabal, os professores pararam em duas escolas, em Monte Alto e Taquaritinga.

Reajuste salarial
Da reunião de ontem na Secretaria da Educação também participaram, ao lado dos professores, os sindicatos de outras categorias da educação, como supervisores e diretores. Pedem aumento salarial.
"Vínhamos pedindo esse encontro desde fevereiro. Só agora, com a greve, resolveram dar uma resposta", disse Maria Cecília Mello Sarno, da Apase (sindicato dos supervisores).
A Secretaria da Educação disse que a equipe econômica do governo estudará o pedido de reajuste salarial.


Colaboraram o "AGORA" e a FOLHA RIBEIRÃO


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