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Médico da Unifesp descobre filho entre os feridos, internado em estado grave
DA REPORTAGEM LOCAL
Ao saber do acidente com o
avião da TAM pela TV, o ortopedista Sergio Nicoletti, professor da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), correu para o Hospital São Paulo,
na zona sul da capital. Ele sabia
que a instituição receberia os
feridos e que seu filho poderia
estar entre eles.
Fabrício Nicoletti, 25, trabalha no setor de logística da
TAM, que funcionava no prédio atingido pelo avião. O jovem foi intoxicado pela fumaça
e sofreu queimaduras na mão.
"Se eu não tivesse encontrado [no hospital], tinha pensado
em pegar uma ambulância e
sair por aí percorrendo os hospitais", disse Sérgio ontem à
noite, de jaleco branco, visivelmente abalado.
Segundo o superintendente
do hospital, José Roberto Ferraro, por volta das 21h30 de ontem, Fabrício foi encaminhado
para a UTI em estado grave.
Pelo mesmo hospital, passaram os irmãos Paulo Cesar de
Sousa Feitosa, 39, e Romualdo,
45, ambos funcionários de uma
empresa de transportes, que
prestavam serviços para a
TAM. Eles estavam no prédio
na hora do acidente, mas conseguiram escapar. O irmão primogênito, Oswaldo, 50, morreu
sob os escombros.
"Meu pai está desesperado
porque não conseguiu resgatar
meu tio", conta Gregori, filho
de Paulo Cesar, que sofreu ferimentos leves no couro cabeludo e teve alta ontem à noite. Romualdo, atingido por uma parede, permaneceu internado.
O Hospital do Jabaquara recebeu oito feridos, sendo três
em estado grave. Um dos pacientes que continuava em observação era Valdinei Nascimento. Segundo o padrinho Albino Alves do Nascimento, ele
pulou do segundo andar para
fugir das chamas e quebrou a
clavícula.
O motorista da TAM Express
Robson Caetano Silva também
passou pelo hospital para ter
notícias dos colegas internados. Ele estava no primeiro andar do prédio de carga e descarga da companhia aérea e levou
sete feridos para o local.
Ele conta que estava trabalhando com outros funcionários quando ouviram uma explosão. "Pensamos que fosse no
posto de gasolina ao lado."
Em seguida, relata Silva, as
paredes do prédio começaram
a desmoronar. "Quem pôde,
pegou na mão do outro e saiu
correndo." Segundo ele, duas
pessoas se jogaram do terceiro
andar -o mais alto do edifício.
O Hospital Alvorada recebeu
três feridos: Eduardo Teixeira,
35, com choque emocional, Lilian Sousa, 22, com escoriações
na cabeça e Paulo Roberto Zani, 35, que sofreu queimaduras.
Lilian permaneceu internada e
deve ter alta hoje.
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