São Paulo, quarta-feira, 18 de julho de 2007

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Médico da Unifesp descobre filho entre os feridos, internado em estado grave

DA REPORTAGEM LOCAL

Ao saber do acidente com o avião da TAM pela TV, o ortopedista Sergio Nicoletti, professor da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), correu para o Hospital São Paulo, na zona sul da capital. Ele sabia que a instituição receberia os feridos e que seu filho poderia estar entre eles.
Fabrício Nicoletti, 25, trabalha no setor de logística da TAM, que funcionava no prédio atingido pelo avião. O jovem foi intoxicado pela fumaça e sofreu queimaduras na mão.
"Se eu não tivesse encontrado [no hospital], tinha pensado em pegar uma ambulância e sair por aí percorrendo os hospitais", disse Sérgio ontem à noite, de jaleco branco, visivelmente abalado.
Segundo o superintendente do hospital, José Roberto Ferraro, por volta das 21h30 de ontem, Fabrício foi encaminhado para a UTI em estado grave.
Pelo mesmo hospital, passaram os irmãos Paulo Cesar de Sousa Feitosa, 39, e Romualdo, 45, ambos funcionários de uma empresa de transportes, que prestavam serviços para a TAM. Eles estavam no prédio na hora do acidente, mas conseguiram escapar. O irmão primogênito, Oswaldo, 50, morreu sob os escombros.
"Meu pai está desesperado porque não conseguiu resgatar meu tio", conta Gregori, filho de Paulo Cesar, que sofreu ferimentos leves no couro cabeludo e teve alta ontem à noite. Romualdo, atingido por uma parede, permaneceu internado.
O Hospital do Jabaquara recebeu oito feridos, sendo três em estado grave. Um dos pacientes que continuava em observação era Valdinei Nascimento. Segundo o padrinho Albino Alves do Nascimento, ele pulou do segundo andar para fugir das chamas e quebrou a clavícula.
O motorista da TAM Express Robson Caetano Silva também passou pelo hospital para ter notícias dos colegas internados. Ele estava no primeiro andar do prédio de carga e descarga da companhia aérea e levou sete feridos para o local.
Ele conta que estava trabalhando com outros funcionários quando ouviram uma explosão. "Pensamos que fosse no posto de gasolina ao lado."
Em seguida, relata Silva, as paredes do prédio começaram a desmoronar. "Quem pôde, pegou na mão do outro e saiu correndo." Segundo ele, duas pessoas se jogaram do terceiro andar -o mais alto do edifício.
O Hospital Alvorada recebeu três feridos: Eduardo Teixeira, 35, com choque emocional, Lilian Sousa, 22, com escoriações na cabeça e Paulo Roberto Zani, 35, que sofreu queimaduras. Lilian permaneceu internada e deve ter alta hoje.


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