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Em Porto Alegre, prefeitura vai limitar acesso de ônibus ao centro
Cidade vai implantar, até 2010, sistema de linhas rápidas no transporte coletivo
SIMONE IGLESIAS
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE
A Prefeitura de Porto Alegre
quer impedir o acesso de ônibus convencionais de passageiros ao centro da cidade. Para isso, conseguiu doação de US$
500 mil (R$ 1,01 milhão) do
BID (Banco Interamericano de
Desenvolvimento) para implantar, em três anos, um sistema de linhas rápidas de ônibus
chamado "Bus Rapid Transit".
A iniciativa já existe, com outros nomes, em cidades como
Santiago (Chile), Bogotá (Colômbia) e Cidade do México.
Serão desenvolvidos 160 ônibus novos, movidos a biodiesel
e não-poluentes. Só esses veículos terão acesso ao centro,
que hoje comporta 33 mil viagens diárias de ônibus dos outros bairros e de municípios da
região metropolitana.
Esses ônibus recolherão passageiros em três pontos estratégicos para levá-los o centro. O
objetivo é evitar congestionamentos e reduzir a poluição.
Segundo o secretário de Gestão e Acompanhamento Estratégico de Porto Alegre, Clóvis
Magalhães, o design está sendo
estudado com empresas que
desenvolvem carrocerias de caminhões e ônibus. "Serão ônibus articulados, com mais portas de entrada e saída e piso baixo para facilitar o acesso."
Magalhães afirmou que os
ônibus do sistema circularão
em velocidade maior do que os
convencionais, com recolhimento de passageiros a cada
três minutos.
Os ônibus convencionais têm
capacidade para 90 pessoas e 12
metros de comprimento. Os
novos deverão ter espaço para
160 pessoas e 18 metros.
Quanto ao combustível, o secretário disse que o princípio
básico é que não seja poluente.
A prefeitura está negociando
com Sulgás e Ipiranga a utilização de fontes não-fósseis -como plantas e rejeitos.
Obras
Além dos recursos do BID, a
prefeitura está fechando, por
meio de PPP (Parceria Público-Privada), contrato com duas
empresas, que serão responsáveis por obras de infra-estrutura e manutenção. O custo para
implantar o sistema é de US$
260 milhões (R$ 525 milhões).
Para viabilizar o sistema, Magalhães disse que será preciso
fazer obras no centro da cidade,
abrindo túneis e modificando o
atual desenho viário. Ele afirmou que as obras começarão
em até um ano, com previsão
de término em 2010.
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