|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Trabalho começou aos 12
FÁTIMA FERNANDES
da Reportagem Local
Girsz Aronson, 81, nasceu na
Rússia e chegou ao Brasil com
2 anos. A vocação para comerciante apareceu aos 12 anos,
quando se transformou no
maior vendedor de bilhetes de
loteria de Curitiba (PR), onde
morava só com a mãe e irmãos.
O pai já havia morrido.
A sorte veio quando Aronson
vendeu um bilhete premiado
para um curitibano. Agradecido, o homem lhe deu uma parte do dinheiro, que acabou
possibilitando à sua família viver com melhor situação financeira. "Fiquei tão conhecido que todo mundo só queria
comprar bilhete de loteria comigo", contou Aronson.
A notoriedade lhe valeu um
convite de uma empresa de casacos de pele do Rio de Janeiro
para ser representante de vendas em São Paulo, em 1944. Foi
naquele ano que ele abriu a firma G. Aronson.
A rede começou a se expandir especialmente na década de
70. Hoje, com cerca de 20 lojas,
enfrenta dificuldades financeiras -a rede está na sua segunda concordata.
Pele em fevereiro
Sob seus cuidados, o comércio de casacos de pele foi tão
bem, que um ano depois Aronson já circulava pelas ruas de
São Paulo num Dodge de causar inveja.
Ele contou que as mulheres
"ficaram loucas" pelos seus
casacos, a ponto de ele vender,
com a ajuda da então vendedora e atual mulher, Naid, 170
unidades em pleno mês de fevereiro.
O escritório de representação
foi aberto na rua Conselheiro
Crispiniano, no centro de São
Paulo, onde trabalha até hoje.
De casacos, ampliou a linha
para bolsas de pele de crocodilo e outros acessórios.
As oportunidades de negócios foram aparecendo à medida que seu caixa foi engordando. No início dos anos 60,
abriu na mesma rua a Gurilândia, uma loja especializada em
produtos infantis.
A venda de eletrodomésticos, produtos que comercializa até hoje, começou pouco
depois, quando, na mesma
rua, decidiu adquirir uma loja
de fogões que estava à beira da
falência.
O Mappin, que já era vizinho, quase tirou Aronson do
negócio, pois vez por outra colocava em prática a estratégia
de comprar grandes volumes
para vender mais barato.
Aronson contou que foi à luta. Mesmo pequeno, conseguiu convencer os fabricantes
de que, se obtivesse descontos,
assim como o concorrente, faria explodir o consumo de fogões. Ele apostava na venda direta do dono para o freguês.
Deu certo.
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
|