São Paulo, sexta, 18 de setembro de 1998

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Trabalho começou aos 12

FÁTIMA FERNANDES
da Reportagem Local

Girsz Aronson, 81, nasceu na Rússia e chegou ao Brasil com 2 anos. A vocação para comerciante apareceu aos 12 anos, quando se transformou no maior vendedor de bilhetes de loteria de Curitiba (PR), onde morava só com a mãe e irmãos. O pai já havia morrido.
A sorte veio quando Aronson vendeu um bilhete premiado para um curitibano. Agradecido, o homem lhe deu uma parte do dinheiro, que acabou possibilitando à sua família viver com melhor situação financeira. "Fiquei tão conhecido que todo mundo só queria comprar bilhete de loteria comigo", contou Aronson.
A notoriedade lhe valeu um convite de uma empresa de casacos de pele do Rio de Janeiro para ser representante de vendas em São Paulo, em 1944. Foi naquele ano que ele abriu a firma G. Aronson.
A rede começou a se expandir especialmente na década de 70. Hoje, com cerca de 20 lojas, enfrenta dificuldades financeiras -a rede está na sua segunda concordata.

Pele em fevereiro
Sob seus cuidados, o comércio de casacos de pele foi tão bem, que um ano depois Aronson já circulava pelas ruas de São Paulo num Dodge de causar inveja.
Ele contou que as mulheres "ficaram loucas" pelos seus casacos, a ponto de ele vender, com a ajuda da então vendedora e atual mulher, Naid, 170 unidades em pleno mês de fevereiro.
O escritório de representação foi aberto na rua Conselheiro Crispiniano, no centro de São Paulo, onde trabalha até hoje. De casacos, ampliou a linha para bolsas de pele de crocodilo e outros acessórios.
As oportunidades de negócios foram aparecendo à medida que seu caixa foi engordando. No início dos anos 60, abriu na mesma rua a Gurilândia, uma loja especializada em produtos infantis.
A venda de eletrodomésticos, produtos que comercializa até hoje, começou pouco depois, quando, na mesma rua, decidiu adquirir uma loja de fogões que estava à beira da falência.
O Mappin, que já era vizinho, quase tirou Aronson do negócio, pois vez por outra colocava em prática a estratégia de comprar grandes volumes para vender mais barato.
Aronson contou que foi à luta. Mesmo pequeno, conseguiu convencer os fabricantes de que, se obtivesse descontos, assim como o concorrente, faria explodir o consumo de fogões. Ele apostava na venda direta do dono para o freguês. Deu certo.



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