São Paulo, sexta, 18 de setembro de 1998

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Faxineiras fizeram parto em SP

da Reportagem Local

Fiscalização realizada pelo Conselho Regional de Enfermagem (Coren), de São Paulo, encontrou profissionais não qualificados fazendo partos em 70% das maternidades do Estado.
Na maioria das vezes, eram auxiliares de enfermagem, mas havia casos de funcionárias da limpeza que viraram parteiras. "Pelo menos no Estado de São Paulo, não existe mais essa prática", disse Claudio Alves Porto, que coordena a fiscalização do Coren.
De acordo com a lei, só médicos e enfermeiras obstetrizes podem realizar partos dentro dos hospitais. As obstetrizes estão limitadas aos partos normais.
"Em nenhuma hipótese o médico pode delegar sua responsabilidade a pessoa não qualificada", afirma Antonio Henrique Pedrosa, secretário geral do Conselho Federal de Medicina. Quando não há uma escala de plantão, a responsabilidade é do hospital.
O SUS paga R$ 111,43 ao médico e à enfermeira por nascimento. Partos feitos por atendentes e auxiliares de enfermagem acabam sendo pagos aos médicos.
Segundo representante da Cais do Parto na Bahia, os médicos costumam repassar R$ 50 por mês para as atendentes que fazem o parto no lugar deles. Em algumas clínicas conveniadas ao SUS, auxiliares chegam a fazer de cinco a sete partos por noite.
"Mesmo quando há uma emergência, as auxiliares têm medo de acordar o médico de plantão", afirma Sueli Carvalho. (AB)


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