São Paulo, sexta, 18 de setembro de 1998

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ADMINISTRAÇÃO
Processo contra prefeito afastado de Guarulhos pode terminar após ano 2000
Tales nega denúncia e critica Justiça

da Reportagem Local

O prefeito afastado de Guarulhos, Néfi Tales (PDT), divulgou ontem nota à imprensa negando denúncia de enriquecimento ilícito e questionando a decisão judicial.
Néfi Tales foi afastado do cargo pelo juiz da 1ª Vara Cível de Guarulhos, João Batista de Mello Paula Lima. O prefeito foi acusado de improbidade administrativa e enriquecimento ilícito.
Na nota divulgada ontem, Tales -que estava desaparecido havia 11 dias- diz que seu afastamento ocorreu sem que ele pudesse exercer seu direito de defesa, "uma garantia constitucional".
No documento, ele informa que está recorrendo ao Tribunal de Justiça do Estado para anular a decisão do juiz de Guarulhos.
Na sua opinião, caso a Justiça mantenha seu afastamento do cargo, a decisão "representará verdadeira cassação de mandato eletivo pelo poder Judiciário".
Néfi Tales nega a acusação de enriquecimento ilícito. Segundo o Ministério Público, ele teria ampliado seu patrimônio em R$ 5 milhões no primeiro ano de gestão. Ele ganha R$ 7.000 por mês.
"Já comprovei, com documentos, que todas as operações relativas à compra de imóveis foram legítimas. O próprio juiz diz que não se apurou a origem do dinheiro, mas não se aponta qualquer referência sobre se o dinheiro teria saído dos cofres públicos."
Na sua opinião, o afastamento tem conotação política.

Recurso
No recurso encaminhado ao TJ, Néfi Tales pede a cassação da liminar (decisão temporária) concedida pelo juiz de Guarulhos.
Caso o TJ mantenha a decisão, o prefeito afastado pode recorrer novamente ao próprio TJ ou ir para o Superior Tribunal de Justiça.
Não há um prazo definido para esse trâmite, que pode terminar somente depois do ano 2000, ano em termina o mandato de Néfi Tales. Nesse caso, ele continuaria afastado.
Se o TJ cassar a liminar, ele volta para o cargo, ocupado desde anteontem pelo vice, Jovino Cândido.

Greve
O TRT (Tribunal Regional do Trabalho) considerou não-abusiva a greve dos 11,5 mil servidores de Guarulhos. Eles estão parados há 17 dias em protesto aos constantes atrasos de salários. Os servidores de Guarulhos receberam com atraso nos últimos 18 meses.
A decisão do TRT significa que o município tem que efetuar imediatamente o pagamento dos salários.
Segundo a assessoria de imprensa da Prefeitura de Guarulhos, o prefeito em exercício vai tentar negociar formas de pagamento diretamente com o funcionalismo.



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