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EDUCAÇÃO
"Brincar ajuda na formação das crianças", dizem especialistas
CLEIDE FLORESTA
da Reportagem Local
Especialistas, psicólogos e professores apontam o ato de brincar
como fator primordial na formação física e intelectual da criança.
Por ter um caráter essencialmente coletivo, a brincadeira permite o desenvolvimento de habilidades em todos os níveis: físico,
motor, cognitivo (percepção),
afetivo e social.
Tudo isso sem o sentimento de
obrigação e pressão, que podem
afugentar o interesse pelo aprendizado.
Esses ensinamentos "extracurriculares" ajudam no desenvolvimento acadêmico do adulto. Alguns professores utilizam brincadeiras e jogos de regras em sala de
aula como uma maneira de atrair
as crianças e ao mesmo tempo entrar em seu universo.
Segundo a psicopedagoga Maria Ângela Barbato, presidente da
Associação Brasileira de Brinquedotecas e pesquisadora da área de
brinquedos, muitas brincadeiras
têm conteúdos implícitos, que são
passados de forma espontânea.
"Quando a criança pula essa fase ela pode ter dificuldade para
assimilar o conteúdo das matérias."
Quem deixa de brincar na infância pode apresentar outros tipos de problemas, como falta de
autonomia, individualismo excessivo por falta de convívio social e até dificuldades motoras.
"As pessoas acham que brincar
é algo superficial, mas, na realidade, o ato de brincar é um treinamento para os papéis que a criança vai exercer na sua vida adulta."
Eventos
O direito de brincar e os benefícios das atividades lúdicas no desenvolvimento das crianças estarão sendo discutidos em dois
eventos que acontecem ainda este
mês em São Paulo.
No dia 24, a Associação Internacional pelo Direito da Criança
Brincar (Ipa) realiza uma caminhada no Horto Florestal (zona
norte) para divulgar os benefícios
e a importância das brincadeiras.
Nos dias 26 e 27 é a vez de educadores discutirem suas experiências no seminário "Brinquedos e Brincadeiras", que está sendo organizado pela associação
Laramara, instituição filantrópica
que atende jovens portadores de
deficiências visuais.
Os dois eventos têm em comum
o objetivo de resgatar a importância da brincadeira, que pouco a
pouco vem sendo colocada de lado porque a criança tem de trabalhar para ajudar a família -situação que atinge cerca de 3,5 milhões crianças brasileiras com
menos de 14 anos- ou porque
suas atividades diárias (aulas particulares, videogames, televisão)
não permitem.
"Com o desenvolvimento tecnológico as pessoas perceberam
que perderam coisas simples. Já é
possível notar que em todo mundo as pessoas estão se mobilizando para garantir a brincadeira às
crianças", afirma Marilena Flores
Martins, presidente da Ipa.
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