São Paulo, domingo, 18 de outubro de 2009

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Secretaria sabia de invasão, mas não conseguiu impedi-la

DA SUCURSAL DO RIO

Apesar de saber desde a véspera que o morro dos Macacos seria atacado por criminosos do Comando Vermelho, a estratégia da Secretaria de Segurança do Estado não conseguiu impedir o confronto.
Segundo o secretário José Mariano Beltrame, policiais foram enviados ao morro ainda na noite de anteontem, mas não evitaram a invasão. A razão, disse, é que a favela tem "centenas de acessos". A pasta soube da invasão por meio de grampos telefônicos.
"Não é factível o policiamento em cada entrada", afirmou, ladeado pelo subsecretário Roberto Sá, pelo comandante-geral da PM, coronel Mário Sérgio Duarte, e pelo chefe de Polícia Civil, Alan Turnowski.
À tarde, o grupo definiu como reagir: PM em prontidão na região metropolitana, com suspensão de folgas; ocupação das favelas envolvidas por tempo indeterminado; e 500 policiais civis como reforço. "Não vamos admitir absolutamente [que o fato se repita]", disse Beltrame.
Com voz embargada, Duarte disse que a PM irá "onde for preciso" atrás dos criminosos". "Não estamos sendo movidos pela vingança, mas pelo sentimento de Justiça." O chefe da Polícia Civil, Alan Turnowski, disse que "sabe quem foi, como foi, e a resposta virá da mesma maneira e na hora certa".
O ministro da Justiça, Tarso Genro, ofereceu ao governador Sérgio Cabral Filho (PMDB) apoio da Força Nacional e um helicóptero. Segundo o ministério, Cabral Filho disse que num primeiro momento a ajuda não será necessária. Beltrame diz que não aceita a oferta.
Mais cedo, o governador disse à Globonews que avisou ao Comitê Olímpico Internacional sobre as ações criminosas. "Dissemos ao COI que essa não é uma ação simples, eles sabem disso, que nós queremos chegar a 2016 com o Rio em paz antes, durante e depois dos Jogos". (ST)


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