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Chuva matou o dobro do que no último verão
De 1º de dezembro até ontem, a Defesa Civil havia registrado 48 mortes no Estado, contra 24 em toda a estação passada
Os temporais também estão mais fortes do que no verão anterior; em dezembro choveu na capital o dobro do que no mesmo mês em 2008
DA REPORTAGEM LOCAL
DA AGÊNCIA FOLHA
DO "AGORA"
Do início de dezembro até
ontem, as chuvas intensas que
atingiram o Estado de São Paulo já deixaram o dobro de mortos do que o registrado ao longo
de todo o verão passado.
Até agora, 48 pessoas morreram devido às chuvas, duas delas anteontem em São José do
Rio Preto (440 km de São Paulo). No verão passado foram 24
mortes, segundo a Defesa Civil
Estadual.
Neste verão, os temporais
também estão mais fortes do
que na estação passada. Em dezembro do ano passado, por
exemplo, choveu na capital o
dobro do que o verificado no
mesmo mês em 2008.
A maior parte das mortes no
Estado se concentra em Osasco
(12). No Vale do Paraíba foram
8, no interior, 7 e, em Guarulhos, 6 -mesmo número registrado na capital paulista, que
ainda enfrenta enchentes.
Anteontem, moradores do
Jardim Pantanal (zona leste de
São Paulo) enfrentaram nova
inundação por causa da chuva.
Interior
Entre os 48 mortos deste verão, estão dois homens que
morreram na madrugada de
ontem em São José do Rio Preto, no interior de São Paulo. As
chuvas fortes que atingiram a
cidade provocaram inundações
e a prefeitura decretou estado
de calamidade pública.
O soldado do Corpo de Bombeiros Luciano Rodrigues de
Souza, 24, morreu afogado ao
ser arrastado pela correnteza
do rio Preto, que transbordou.
Ele se preparava para resgatar
uma pessoa ilhada pela enchente em uma avenida quando foi arrastado pela água.
Souza, bombeiro havia mais
de três anos, foi encontrado por
colegas duas quadras abaixo e
chegou a ser socorrido antes de
morrer. A pessoa que estava
ilhada foi resgatada.
A outra vítima, Lucas de Candio, 75, estava dentro de um
carro que foi arrastado pela enchente. Ele morreu afogado
após a água invadir o veículo.
O excesso de chuva também
causou danos na infraestrutura
da cidade. Segundo a prefeitura, que estima prejuízo mínimo
de R$ 40 milhões, a estação de
tratamento de água foi atingida
e deixou de abastecer 120 mil
pessoas. Cabos de energia elétrica e de telefones foram arrancados, cortando os serviços
em parte da cidade.
A enxurrada também invadiu
um posto de saúde e um ambulatório, que precisaram ser interditados. Supermercados,
farmácias, concessionárias de
automóveis e lojas foram inundadas, e uma banca de jornais
foi arrastada pela força da correnteza.
A Prefeitura de São José do
Rio Preto disse ontem que ninguém ficou desabrigado ou desalojado na cidade.
Mato Grosso do Sul
Seis municípios de Mato
Grosso do Sul também vêm sofrendo os efeitos das fortes
chuvas neste verão. Dois deles,
Aquidauana e Coxim, decretaram situação de emergência.
Até ontem, 704 pessoas haviam
sido obrigadas a deixar suas casas em todo o Estado.
Segundo a Defesa Civil, o volume de chuvas no Estado superou a média histórica para
todo o mês de janeiro no dia 14.
(TALITA BEDINELLI, GUSTAVO HENNEMANN, RODRIGO VARGAS E LÉO ARCOVERDE)
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