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Cinta de ginástica passiva é inócua
DA REPORTAGEM LOCAL
Os cinturões que emitem choques elétricos não garantem o abdômen de atleta sonhado por
uma legião de sedentários -e
prometido pelos fabricantes. Mas
também não fazem mal.
Uma pesquisa realizada pela
Unifesp (Universidade Federal de
São Paulo) indica que os aparelhos para ginástica abdominal
passiva são inócuos.
Em setembro, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) proibiu a venda e publicidade
de 12 aparelhos. Sete foram liberados depois, por força de liminar.
Já a Associação de Cardiologistas de Santos apontou, na época,
que os aparelhos não podiam ser
usados por todos, sob risco de
causarem arritmia cardíaca e, em
casos extremos, matar.
Segundo a fisioterapeuta Gerseli
Angeli, autora da tese de mestrado que será defendida na universidade, em suas avaliações não ficou comprovado que os choques
possam alterar a frequência cardíaca ou a pressão arterial.
Os fabricantes vendem os produtos alardeando que 15 minutos
diários de estimulação correspondem a 600 abdominais.
Segundo o estudo, os choques
correspondem, na verdade, a 200
abdominais.
Angeli alerta os que se entusiasmaram com o resultado: 200 abdominais, obtidos com estimulação elétrica ou realizados com esforço físico, não trazem benefício
muscular significativo. Também
não geram gasto de oxigênio suficiente para queima significativa
de calorias ingeridas. E o desempenho dos cinturões é pior que o
dos abdominais.
"Duzentos abdominais queimam 3,17 calorias apenas. Quinze
minutos de ginástica passiva geram uma perda calórica de apenas 0,3 caloria", diz ela.
Os pesquisadores do Centro de
Medicina da Atividade Física e do
Esporte da Unifesp avaliaram dez
homens e dez mulheres durante
dois dias no mês de janeiro. No
primeiro, os voluntários fizeram
abdominais. No dia seguinte, ginástica passiva. Foram medidas
duas enzimas produzidas pelo
corpo quando há trabalho muscular, consumo de oxigênio, frequência cardíaca e pressão.
(FABIANE LEITE)
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