São Paulo, sábado, 19 de fevereiro de 2011 |
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Necessidade de internação de crianças viciadas não é consenso DE SÃO PAULO Os casos de crianças viciadas em drogas, principalmente crack, estão crescendo, segundo médicos, juízes e conselheiros tutelares. Mas a necessidade de internação desse grupo não é um consenso entre especialistas. Para o Ministério da Saúde, o tratamento deve combinar atendimento hospitalar e ambulatorial -como em Caps (Centros de Atenção Psicossocial). Segundo o órgão, pode haver internação, mas somente como parte do acompanhamento. Para a coordenadora de saúde mental da cidade de São Paulo, Rosângela Elias, o ideal é que as crianças sejam tratadas em Caps ou hospitais gerais. "Lugar de criança não é internada. É na família, na escola e na comunidade." Alguns especialistas, porém, consideram a medida necessária. Para a psiquiatra e pesquisadora da Uerj (Universidade do Estado do Rio de Janeiro), Maria Tereza Aquino, as famílias têm dificuldade em lidar com o vício. Além disso, muitos pais podem não dar atenção integral ao filho, porque precisam trabalhar. Outra dificuldade, afirma, é fazer a criança aderir ao tratamento ambulatorial. "O menino vai ao ambulatório e o que ele tem lá? O desconforto do médico falando dos problemas dele. E o que ele tem fora? O prazer da droga. O que ele vai preferir? Ele tem oito anos", diz. No Brasil, porém, ainda são poucos os leitos destinados a esses pacientes. Das dez maiores capitais, São Paulo, Porto Alegre e Rio de Janeiro são as que têm locais públicos para internação de crianças viciadas em drogas. (LUIZA BANDEIRA) Texto Anterior: Clínica pública livra quase metade dos jovens das drogas Próximo Texto: Do cigarro ao crack, garotos buscam afirmação Índice | Comunicar Erros |
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