Prefeitura lançou edital para projetos em grandes vias, que inclui um corredor para ligar a via Dutra à Anhangüera e à Bandeirantes

Não há prazo nem custo previsto para a realização das obras, definidas como prioritárias; só a elaboração dos projetos custará R$ 20 mi

JOSÉ ERNESTO CREDENDIO
DA REPORTAGEM LOCAL

Após mais de dois anos de estudos, o governo Gilberto Kassab (DEM) definiu oito obras viárias que deverão ser priorizadas pela prefeitura. O objetivo é reduzir os congestionamentos em alguns dos principais corredores de São Paulo.
Ontem, a Emurb (Empresa Municipal de Urbanização) lançou editais para os projetos das obras, todas em grandes avenidas. Só para elaborar os projetos, o gasto previsto é de R$ 20 milhões. Já o custo e os prazos de execução do pacote serão definidos somente após a elaboração dos projetos.
De acordo com o secretário de Obras e presidente da Emurb, Marcelo Cardinale Branco, são, na maioria, obras rápidas e de efeito mais imediato. "A cidade precisa desses pequenos ajustes nas ligações estruturais", diz.
A maior intervenção será a implantação de um corredor na zona norte de São Paulo, ligando a via Presidente Dutra à Anhangüera e à Bandeirantes.
O corredor terá a mesma função que a avenida Marquês de São Vicente, que permite o tráfego local na Lapa e na Barra Funda e escoa parte do tráfego que passa na marginal Tietê, mas na outra margem do rio.
Os técnicos optaram por priorizar também projetos de menor porte, como túneis, viadutos e ligações entre ruas, e não a abertura de avenidas (veja quadro nesta página).
O engenheiro Alberto Benedito Lima, pesquisador da Escola Politécnica da USP, disse, sem conhecer de perto todos os projetos, que são obras necessárias a curto prazo, mas não resolvem o problema.
"É uma guerrilha em meio a uma guerra. A solução para São Paulo exige investimento maciço no metrô e a integração entre todos os sistemas de transporte", diz Lima, que integra a ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres).
A prefeitura pretende também criar uma nova passagem subterrânea no eixo da avenida Tiradentes, na confluência com a rua Ribeiro de Lima, ao lado do parque da Luz, no centro.
Outra obra prevista é a criação de um acesso direto entre o túnel Ayrton Senna, sob o parque Ibirapuera, e a avenida 23 de Maio, no sentido centro.
Hoje, o motorista que trafega pelo túnel tem de acessar a 23 de Maio passando pela avenida Sena Madureira e uma rua de mão única, o que reduz a fluidez naquela região, pois o trajeto só permite baixa velocidade.
Ainda em direção à zona sul, haverá mais uma ponte sobre o rio Pinheiros e um ramal para a avenida Lineu de Paula Machado a partir do túnel sob o rio Pinheiros, o que dará mais uma opção para quem vai ao Morumbi e a bairros próximos.
O professor de arquitetura da USP Nestor Goulart dos Reis avalia que já deveriam ter sido construídas mais pontes na marginal Pinheiros. Além disso, as que existem têm acesso complicado, o que obriga o motorista a reduzir muito a velocidade para entrar nas alças.
O pacote compreende ainda dois novos viadutos na avenida Santos Dumont sobre a avenida do Estado, bem próximo da avenida Tiradentes, o que eliminará cruzamentos.


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