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Nomeado para chefiar presídios foi demitido da secretaria em 2000
DA REPORTAGEM LOCAL
Demitido em 2000 da Administração Penitenciária em
meio a suspeitas de violações e
maus-tratos nos presídios paulistas, Lourival Gomes assume,
agora, o controle da pasta.
Gomes comandou entre 1996
e 2000 a extinta Coesp (Coordenadoria dos Estabelecimentos Prisionais do Estado). Nessa época, segundo depoimentos
de presos à CPI do Tráfico das
Armas, o então coordenador
armava, dentro das unidades
prisionais, os rivais do PCC.
Sua demissão ocorreu oito
dias após ele depor à CPI, mas,
à época, a gestão do então governador Mario Covas (morto
em 2001) negou ligação entre
os dois fatos.
Quando retornou como secretário-adjunto de Ferreira
Pinto, em 2006, Gomes enfrentou críticas das entidades ligadas aos direitos humanos que
consideraram sua indicação como um "retrocesso".
Num primeiro momento,
Gomes era visto pelos funcionários do sistema prisional como o secretário de fato da Administração Penitenciária. Na
única entrevista coletiva que
concedeu, em 31 de maio de
2006, Ferreira Pinto ficou irritado quando questionado sobre
essa condição de "subalterno".
Além disso, nos seus cinco
anos de Gomes à frente da
Coesp, o Estado registrou a fuga de cerca de 1.100 traficantes.
As denúncias contra ele foram investigadas pelo Ministério Público, mas até agora nada
foi provado contra ele.
Gomes, como Ferreira Pinto,
é ligado a Luiz Antonio Fleury
Filho (1991-1995), ex-governador que teve sua gestão marcada pelo massacre dos 111 presos
no presídio do Carandiru.
Assim como Ferreira Pinto,
que durante sua gestão recusou
97 pedidos de entrevista feitos
pela Folha, Gomes não quis falar ontem com a reportagem.
Por meio de sua assessoria de
imprensa, ele disse que só falará "em momento oportuno".
Ontem, a reportagem solicitou à assessoria de imprensa da
Administração Penitenciária
uma cópia do currículo de Gomes. Ela informou, porém, que
não havia disponível tal documento e que ele está sendo providenciado.
(AC e RP)
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