DA REPORTAGEM LOCAL

O policial militar transferido para a Rota não recebe um centavo a mais de salário pelo risco extra a que se expõe como membro de um grupo de elite da PM.
"Basta a satisfação de tentar fazer o melhor policiamento possível e ser reconhecido dentro da corporação", diz o tenente-coronel José Roberto Marques, comandante da Rota.
Um soldado da Polícia Militar em início de carreira ganha R$ 1.170 na capital.
E mesmo assim sobram candidatos na lista de espera para transferência. Cerca de 300 policiais aguardavam vaga até o início deste ano, quando o governo do Estado autorizou a abertura de 185 postos para a unidade.
O tempo de espera por uma chance na Rota, antes disso, variava de três a cinco anos.
Mas nem todos se acostumam à nova rotina, muito mais exigente quanto ao preparo físico e técnico. Dos 129 convocados neste ano, 30 desistiram. "Alguns, quando chegam aqui, imaginam que basta pôr o braçal [da Rota] e a boina preta para ser o supra-sumo. Quando eles vêem que há horário para entrar e não para sair, que às vezes fico três dias na rua, desistem", diz o comandante.
Os transferidos passam por uma investigação social nos batalhões onde trabalhavam e fazem curso de 15 dias na Rota. Depois, entram em um período de estágio, como quinto homem nos veículos, para aprenderem a agir como policial da unidade na rua.
Cada um dos quatro PMs de um veículo da Rota tem uma função durante o patrulhamento, na vigilância das ruas, nas abordagens e na cobertura do grupo.
Hoje, a maioria do efetivo tem entre 24 e 26 anos, de acordo com o comando da unidade. Não há mulheres no patrulhamento, apenas em funções internas e no serviço de inteligência, sem farda.
E foi o nome da unidade que atraiu o soldado Palmieri para a corporação, após três anos de espera na lista de transferência.
"Vim para cá porque é uma unidade de elite da Polícia Militar", afirma o soldado, cujo comportamento é considerado excelente pela corporação e que possui medalha de primeiro grau por bravura -duas características que o ajudaram a obter a vaga. (AS)

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