|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Gasto é maior entre mais ricos
DA SUCURSAL DO RIO
Os brasileiros mais ricos (que
possuem mais de 8 bens de consumo no domicílio) gastam 10 vezes mais com saúde do que os
mais pobres (que têm menos de 3
bens de consumo no domicílio).
Segundo os dados da parte brasileira da Pesquisa Mundial da
Saúde feita pela Fiocruz para a
OMS, os domicílios mais pobres
gastam R$ 39 mensalmente com
saúde, o que representa 13,2% do
gasto total da família. Nas residências mais ricas, esse gasto é de
R$ 424 ou 21,4% do gasto total.
Considerando todas as famílias
brasileiras, a saúde representa
18,7% do gasto médio total de R$
764,56, perdendo apenas para alimentação (37,2%) e despesas com
a casa (29,2%).
O item que mais pesa no bolso
na hora de gastar com a saúde é a
compra de remédios, responsável, em média, por 32% dos gastos
com saúde. Em seguida, aparecem os gastos com planos de saúde (25%), dentistas (16%), óculos
e próteses (8%), internação (7%),
exames (4%), consultas médicas
(4%) e terapias (3%).
Planos de saúde
O perfil desses gastos, no entanto, varia de acordo com a classe
social. Nos domicílios com mais
bens de consumo (portanto, de
maior renda), o item que mais pesa no orçamento familiar para a
saúde é o plano de saúde, que representa 37,9% do dinheiro gasto.
Nessas famílias, o gasto com remédios é de 20,9% do orçamento
para saúde.
A situação se inverte quando
são analisados os domicílios com
menos de três bens de consumo.
Nessas residências, 58,9% do gasto com saúde é reservado para a
compra de remédios. O gasto com
planos de saúde representa apenas 4,3% do total. Isso acontece
porque a população mais pobre
usa mais os serviços do SUS (Sistema Único de Saúde).
A pesquisa mostra ainda que
9,1% da população brasileira já teve que vender objetos ou fazer um
empréstimo para pagar despesas
com saúde. Entre as famílias mais
pobres (menos de três bens por
domicílio), esse percentual chega
a 11,1%. Na faixa intermediária
(entre quatro e sete bens de consumo na residência), a porcentagem é de 8,5%, enquanto nas famílias mais ricas (oito ou mais
bens) essa proporção é de 6,9%.
Segundo a pesquisa, 13,1% das
famílias brasileiras não conseguiram, da última vez que precisaram, comprar todos os remédios
prescritos pelos médicos. Em 55%
dos casos, as famílias apontaram
a falta de recursos como razão para não comprar os remédios.
Texto Anterior: Saúde: Depressão já atingiu 19,3% da população Próximo Texto: Urbanidade: A menina do largo do Arouche Índice
|