São Paulo, quarta-feira, 19 de maio de 2004

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INFÂNCIA

Dia de combate ao abuso contra crianças e adolescentes é marcado por protestos e críticas ao governo em Brasília

ONGs cobram ação de Lula para combater exploração

Lula Marques/Folha Imagem
Integrantes de movimentos em defesa da infância fazem ato público em frente à rampa do Congresso


DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
DA AGÊNCIA FOLHA

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi cobrado ontem por representantes de organizações não-governamentais e parlamentares durante a cerimônia do Dia Nacional de Combate ao Abuso Sexual de Crianças e Adolescentes, realizada no Palácio do Planalto, em Brasília.
Em comum, todos pediram uma ação mais efetiva do governo federal para combater o problema. Lula recebeu ontem o novo mapa da exploração sexual, resultado do trabalho da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito do Congresso Nacional que investigou 186 casos de exploração ao longo de um ano.
"Em 2000 lançamos o plano nacional de combate à exploração sexual infantil. Na ocasião, todos diziam que as ações precisavam acontecer, mas isso vem sendo repetido há quatro anos e nada aconteceu", disse Inês Dias, 24, do Comitê Nacional de Enfrentamento à Violência Sexual.
Reiko Niimi, representante do Unicef (braço das Nações Unidas para a infância) no Brasil, afirmou que o Sentinela, o projeto do governo que combate a exploração sexual de crianças, ainda está "tomando corpo". O presidente Lula não fez comentários.
No Senado, o órgão da ONU divulgou um dossiê contendo dez "casos exemplares" de impunidade de acusados de violentar meninos e meninas em cinco Estados brasileiros.
"Apesar de o presidente ter feito um pronunciamento em fevereiro do ano passado em que dizia que o fim da exploração sexual para fins comerciais de crianças era uma das prioridades do seu governo, essa definição de prioridade, no nosso entender, não tem significado. Não há locação de recursos financeiros nem definição de estratégias de combate", afirmou Maria América Ungaretti, coordenadora do programa de erradicação do trabalho e da exploração sexual infantil do Unicef.


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