THIAGO GUIMARÃES
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE

A Polícia Civil de Minas Gerais indiciou 42 pessoas no inquérito que investiga a exploração sexual de crianças e adolescentes em São Francisco, município localizado a 578 km de Belo Horizonte.
O inquérito, concluído no dia 6 de maio pela delegada Tânia Darc dos Santos, foi encaminhado ao Ministério Público do Estado, que pode oferecer denúncia (acusação formal), pedir novas diligências ou pedir ainda o arquivamento do procedimento.
Entre os indiciados, estão dois vereadores e três policiais militares da cidade, além de um funcionário da Fazenda estadual, comerciantes e empresários.
Os acusados foram indiciados por estupro (pena de seis a dez anos de prisão) e exploração sexual de crianças e adolescentes (quatro a dez anos).
Ao todo, 37 meninas de nove a 18 anos e cem suspeitos foram ouvidos pela Polícia Civil no inquérito. O caso começou a ser investigado pelo Ministério Público em novembro do ano passado, após denúncia do Conselho Tutelar do município.
No mês passado, durante busca em 21 pontos de São Francisco, policiais apreenderam material pornográfico em várias casas e prenderam em flagrante três pessoas em locais que funcionariam como casas de prostituição.
Segundo a delegada, não há uma rede de prostituição infantil atuando no município. "São condutas isoladas."
O relatório do inquérito sustenta que os indiciados se aproveitavam da situação de pobreza das jovens. Em troca de pequenas quantias em dinheiro, alimentos ou presentes, os acusados praticavam atos libidinosos ou mantinham relações sexuais com as crianças e adolescentes. "O perfil das meninas é o mesmo, a pobreza", diz o relatório.


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