São Paulo, Quarta-feira, 19 de Maio de 1999
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Encontro vai discutir soluções

da Folha Campinas

Cerca de 500 representantes de santas casas, hospitais filantrópicos, instituições particulares, prefeituras e governos estadual e federal iniciam amanhã uma discussão sobre a conjuntura do setor da Saúde no país. Um dos principais temas a ser abordado é a lei que determina o fim da isenção de impostos para as filantrópicas.
A Fesehf (Federação das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos do Estado de São Paulo) abre amanhã em São Pedro (a 210 km de SP) o 8º Encontro de Provedores e Administradores de Santas Casas e Hospitais Filantrópicos. O encontro vai servir para debater idéias e experiências na área.
Segundo a federação, deve ser realizado um "workshop" sobre a lei para discutir as consequências da aplicação para os hospitais. A questão dos planos de saúde também será debatida.
A partir deste ano, as entidades filantrópicas, tanto educacionais quanto de saúde, devem recolher a cota patronal do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) dos seus funcionários.
Antes da determinação do governo federal, as filantrópicas eram isentas da arrecadação.
A federação teme que os hospitais tenham de efetuar cortes no atendimento caso percam a condição de filantropia e tenham realmente de recolher a cota patronal.
Outro tema que será discutido no congresso é a municipalização da saúde, uma das possíveis soluções para melhorar o atendimento dos hospitais pelo SUS (Sistema Único de Saúde).

Soluções
As entidades filantrópicas gaúchas estão mantendo o atendimento inalterado por meio de iniciativas criativas, que visam compensar o corte em isenções fiscais.
O Lar Santo Antônio para Excepcionais, de Porto Alegre, é um exemplo: para contornar a diminuição em 80% na sua receita, passou a organizar festas.
A presidente da entidade, Élida Messias Ferreira, diz que consegue, dessa forma, pagar as despesas de R$ 35 mil mensais.
A primeira das nove festas já previstas para este ano rendeu R$ 8.573. Até o final do ano, estão previstas mais oito festas.
De acordo com Élida Ferreira, as festas realizadas pela entidade, com objetivo de arrecadar fundos, limitavam-se, até 1998, a uma por semestre.


Colaborou Léo Gerchmann, da Agência Folha em Porto Alegre


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