São Paulo, terça-feira, 19 de junho de 2007

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Homem pode ter sido morto por tiro disparado a 2 km

DA SUCURSAL DO RIO

O tiro de fuzil que matou anteontem o engenheiro Aílton Lopes Moreira pode ter sido disparado do morro da Fé (Penha, zona norte do Rio), que fica a dois quilômetros de distância do posto de combustíveis onde o engenheiro estava. A avaliação é do especialista em armamentos Ronaldo Leão, diretor de Estudos de Segurança do Núcleo de Estudos Estratégicos da UFF (Universidade Federal Fluminense).
O FAL (Fuzil Automático Leve), de calibre 7.62 e que é usado por traficantes e policiais militares que há quase 50 dias se enfrentam no complexo de favelas do Alemão -do qual o morro da Fé faz parte-, pode matar a até 2,5 km de distância. Por volta das 10h, quando Moreira foi atingido, ocorria mais um confronto na favela.
O disparo não tinha o engenheiro como alvo. Moreira foi atingido por acaso, quando abastecia seu carro no cruzamento da avenida Meriti com a avenida São Félix e a rua Francelino Motta, em Brás de Pina (zona norte).
"O raio de letalidade de um fuzil de calibre 7.62 é de 2.500 m. O alcance pode chegar a até 5 km, mas sem letalidade. Se atingir alguém após este trajeto, e a pessoa estiver de casaco, é capaz de ela nem sentir a bala. Bate e cai no chão. Mas letal, com certeza, é possível a até 2.500 m", disse Leão.
Já as pistolas de calibres 45 e 9 milímetros, também muito usadas pelos criminosos do Alemão e por policiais, têm um alcance letal de até 500 m. Fuzis como o AR-15 e AK-47 matam a até 1.500 m de distância.
O engenheiro foi enterrado ontem no cemitério do Murundu (Realengo, zona oeste). Tinha 53 anos. Deixou viúva e duas filhas que disseram ter a intenção de deixar o Rio, por causa da violência.


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