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Homem pode ter sido morto por tiro disparado a 2 km
DA SUCURSAL DO RIO
O tiro de fuzil que matou anteontem o engenheiro Aílton
Lopes Moreira pode ter sido
disparado do morro da Fé (Penha, zona norte do Rio), que fica a dois quilômetros de distância do posto de combustíveis
onde o engenheiro estava. A
avaliação é do especialista em
armamentos Ronaldo Leão, diretor de Estudos de Segurança
do Núcleo de Estudos Estratégicos da UFF (Universidade
Federal Fluminense).
O FAL (Fuzil Automático Leve), de calibre 7.62 e que é usado por traficantes e policiais
militares que há quase 50 dias
se enfrentam no complexo de
favelas do Alemão -do qual o
morro da Fé faz parte-, pode
matar a até 2,5 km de distância.
Por volta das 10h, quando Moreira foi atingido, ocorria mais
um confronto na favela.
O disparo não tinha o engenheiro como alvo. Moreira foi
atingido por acaso, quando
abastecia seu carro no cruzamento da avenida Meriti com a
avenida São Félix e a rua Francelino Motta, em Brás de Pina
(zona norte).
"O raio de letalidade de um
fuzil de calibre 7.62 é de 2.500
m. O alcance pode chegar a até
5 km, mas sem letalidade. Se
atingir alguém após este trajeto, e a pessoa estiver de casaco,
é capaz de ela nem sentir a bala.
Bate e cai no chão. Mas letal,
com certeza, é possível a até
2.500 m", disse Leão.
Já as pistolas de calibres 45 e
9 milímetros, também muito
usadas pelos criminosos do
Alemão e por policiais, têm um
alcance letal de até 500 m. Fuzis como o AR-15 e AK-47 matam a até 1.500 m de distância.
O engenheiro foi enterrado
ontem no cemitério do Murundu (Realengo, zona oeste). Tinha 53 anos. Deixou viúva e
duas filhas que disseram ter a
intenção de deixar o Rio, por
causa da violência.
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