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Decreto de Serra deixa às escolas
escolha de modelo e cor de uniforme
SIMONE HARNIK
FÁBIO TAKAHASHI
DA REPORTAGEM LOCAL
A partir do ano que vem, cada
escola da rede municipal de São
Paulo poderá escolher o modelo
do seu uniforme. É isso o que determina um decreto assinado pelo
prefeito José Serra (PSDB).
Atualmente, o padrão é determinado pelo governo. Assim que
entrou na prefeitura, a equipe de
Serra acabou com o uniforme vermelho, cor adotada na gestão da
ex-prefeita Marta Suplicy (PT).
Agora, serão os representantes
das escolas (professores, funcionários e pais) que irão definir os
modelos e as cores das roupas.
O secretário da Educação, José
Aristodemo Pinotti, afirmou que,
a princípio, a compra continuará
sendo feita pela prefeitura. Ele
disse, porém, que há a possibilidade de as aquisições serem descentralizadas. "Queremos dar para a escola a liberdade de definir
as características do seu uniforme. Pôr o logotipo para criar um
pouco de auto-estima na própria
escola", afirmou o secretário.
O decreto, do dia 15 deste mês,
mantém a determinação de que o
uso dos uniformes é facultativo.
"É uma boa medida, dá identidade à escola", disse o presidente
do Sinpeem (Sindicato dos Profissionais em Educação no Ensino
Municipal), Claudio Fonseca.
O presidente da Aprofem (Sindicato dos Professores e Funcionários Municipais de São Paulo),
Ismael Palhares Júnior, também
aprovou. "Só deveria estabelecer
alguns parâmetros para a escolha,
para que não haja exageros."
A prefeitura também analisa a
proposta de receber a doação de
uniformes para todos os estudantes da rede em troca da veiculação
de propaganda nas roupas.
A Abravest (Associação Brasileira do Vestuário) se compromete a angariar os recursos para a
produção de um milhão de uniformes, que custariam cerca de
R$ 70 milhões à prefeitura.
A contrapartida da propaganda
ainda não foi aceita pela gestão
Serra. O próprio secretário Pinotti
mostrou resistência à proposta.
"Acho que criança não deve ser
veículo de propaganda. Mas, como gastamos cerca de R$ 70 milhões com uniformes, não quero
dizer "não" sozinho. Vou conversar com o prefeito."
De acordo com o presidente da
Abravest, Roberto Chadad, seriam inscrições "discretas", com
uma logomarca no ombro da camiseta e do blusão, além de uma
etiqueta na calça jeans.
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