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Espetáculo do crescimento
Fornadas caseiras mantêm quentinho o costume de sovar pãezinhos na cozinha
MARIANNE PIEMONTE
DA REVISTA DA FOLHA
Poucos alimentos carregam
tanto simbolismo quanto o pão.
De moeda no Egito Antigo à sacralidade atribuída pelos cristãos, o resultado de farinha, fermento e água é de uma trivialidade tão necessária quanto banal. Ou alguém já lhe convidou
para ir comer um pãozinho naquele restaurante bacana?
Mas há quem discorde da
função de coadjuvante na qual
o pão se ajeitou. Para os padeiros do forno caseiro desta reportagem, a massa feita em casa pode unir famílias e alimentar a memória afetiva, coisa que
pão nenhum de fora pode fazer.
Para preservar o rito da sova,
eles adaptam também suas cozinhas, além de suas famílias, às
necessidades do pão de cada
dia. Bancadas especiais, fornos
a lenha, tudo em nome do espetáculo do crescimento. Afinal,
pode ser perigoso desafiar ditados. Especialmente o que diz
"em casa onde falta pão, todos
brigam e ninguém tem razão".
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