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Crise financeira ronda hospitais "top de linha"
DA REPORTAGEM LOCAL
Uma crise semelhante a que
está instaurada nas santas casas
ameaça os 28 hospitais privados
"top de linha" do país, afirmou
ontem Reynaldo Brandt, presidente da Anahp (Associação
Nacional dos Hospitais Privados), durante a abertura do 4º
Fórum Nacional da entidade,
em São Paulo.
"Não temos dívidas, mas não
queremos que aconteça conosco o que aconteceu com os outros. É questão de tempo, a não
ser que avancemos numa negociação." A entidade já iniciou
uma avaliação de custos e fala
em estabelecimento de "parcerias" com o setor suplementar
de saúde para sair do sufoco.
A Anaph reúne hospitais privados lucrativos e privados filantrópicos como o Albert Einstein, Sírio Libanês, Oswaldo
Cruz (de São Paulo), Clínica São
Vicente e Copa Dor (no Rio).
Em comum, o alto custo dos
serviços, investimento pesado
em tecnologia, desenvolvimento de pesquisas e um corpo clínico com médicos famosos
-além, da oferta de "hotelaria"
com padrão cinco estrelas.
O endividamento das santas
casas, filantrópicas, chega hoje a
cinco ou seis meses de faturamento. De acordo com Brandt,
a crise ronda os "top de linha"
por causa das dificuldades do
setor de planos e seguros, que
banca até 95% do faturamento
dos hospitais de ponta. As operadoras perderam 5 milhões de
clientes nos últimos três anos. O
setor suplementar de saúde tem
atualmente em torno de 36 milhões de clientes. Planos e seguros que permitem livre escolha e
que oferecem os serviços dos
"top de linha" vendem pouco.
Nos últimos anos, para driblar a
crise, evitar leitos ociosos, os
hospitais têm investido em novos serviços -como o de hospital-dia, o "day clinic".
A Anahp irá propor às operadoras a criação de câmaras de
arbitragem para a resolução de
conflitos entre hospitais e planos e seguros saúde. Um dos
principais problemas é a glosa
(não-pagamento), pelos planos
de saúde, de atendimentos executados nos hospitais.
(FL)
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