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São Paulo, sexta-feira, 19 de setembro de 2003

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Crise financeira ronda hospitais "top de linha"

DA REPORTAGEM LOCAL

Uma crise semelhante a que está instaurada nas santas casas ameaça os 28 hospitais privados "top de linha" do país, afirmou ontem Reynaldo Brandt, presidente da Anahp (Associação Nacional dos Hospitais Privados), durante a abertura do 4º Fórum Nacional da entidade, em São Paulo.
"Não temos dívidas, mas não queremos que aconteça conosco o que aconteceu com os outros. É questão de tempo, a não ser que avancemos numa negociação." A entidade já iniciou uma avaliação de custos e fala em estabelecimento de "parcerias" com o setor suplementar de saúde para sair do sufoco.
A Anaph reúne hospitais privados lucrativos e privados filantrópicos como o Albert Einstein, Sírio Libanês, Oswaldo Cruz (de São Paulo), Clínica São Vicente e Copa Dor (no Rio). Em comum, o alto custo dos serviços, investimento pesado em tecnologia, desenvolvimento de pesquisas e um corpo clínico com médicos famosos -além, da oferta de "hotelaria" com padrão cinco estrelas.
O endividamento das santas casas, filantrópicas, chega hoje a cinco ou seis meses de faturamento. De acordo com Brandt, a crise ronda os "top de linha" por causa das dificuldades do setor de planos e seguros, que banca até 95% do faturamento dos hospitais de ponta. As operadoras perderam 5 milhões de clientes nos últimos três anos. O setor suplementar de saúde tem atualmente em torno de 36 milhões de clientes. Planos e seguros que permitem livre escolha e que oferecem os serviços dos "top de linha" vendem pouco. Nos últimos anos, para driblar a crise, evitar leitos ociosos, os hospitais têm investido em novos serviços -como o de hospital-dia, o "day clinic".
A Anahp irá propor às operadoras a criação de câmaras de arbitragem para a resolução de conflitos entre hospitais e planos e seguros saúde. Um dos principais problemas é a glosa (não-pagamento), pelos planos de saúde, de atendimentos executados nos hospitais. (FL)


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