São Paulo, quarta-feira, 19 de setembro de 2007

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No Senado, governistas impedem quebra do sigilo de ex-presidente da Infraero

GABRIELA GUERREIRO
DA FOLHA ONLINE, EM BRASÍLIA

O governo federal mobilizou ontem sua tropa de choque no Senado e evitou que a CPI do Apagão Aéreo aprovasse a quebra dos sigilos bancário, fiscal e telefônico do deputado Carlos Wilson (PT-PE), ex-presidente da Infraero (estatal que administra os aeroportos).
Ao contrário do tradicional esvaziamento das sessões da CPI -registrado nas últimas semanas-, senadores governistas foram em peso ao plenário da comissão para impedir a aprovação do requerimento.
O relator da CPI, senador Demóstenes Torres (DEM-GO), fez duras críticas à ação dos governistas. "Temos um circo armado para impedir que o senhor Carlos Wilson, o grande corrupto e grande bandido da Infraero, seja investigado. Na semana passada, foi o senador Renan Calheiros [absolvido pelo plenário da Casa], hoje será o Carlos Wilson protegido."
Para o relator, sem as quebras de sigilo do ex-presidente da Infraero, a CPI ficará com as mãos amarradas para investigar irregularidades na estatal.
"Hoje nos igualamos à Câmara, onde a CPI foi criada para abafar as investigações."
Os senadores Romero Jucá (PMDB-RR), Valdir Raupp (PMDB-RO), Ideli Salvatti (PT-SC), Wellington Salgado (PMDB-MG), Fátima Cleide (PT-RO) e Eduardo Suplicy (PT-SP) foram contra a aprovação do requerimento. Como a oposição estava em minoria, os governistas conseguiram derrubar as quebras de sigilo.
A CPI investiga a crise no setor aéreo. A oposição atribui parte da crise à má gestão do setor pela Infraero, no período em que Wilson a comandava.
O ex-presidente da Infraero está afastado da Câmara para tratar um câncer. Demóstenes se comprometeu com os governistas a não convocá-lo a depor.


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