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No Senado, governistas impedem quebra do sigilo de ex-presidente da Infraero
GABRIELA GUERREIRO
DA FOLHA ONLINE, EM BRASÍLIA
O governo federal mobilizou
ontem sua tropa de choque no
Senado e evitou que a CPI do
Apagão Aéreo aprovasse a quebra dos sigilos bancário, fiscal e
telefônico do deputado Carlos
Wilson (PT-PE), ex-presidente
da Infraero (estatal que administra os aeroportos).
Ao contrário do tradicional
esvaziamento das sessões da
CPI -registrado nas últimas
semanas-, senadores governistas foram em peso ao plenário da comissão para impedir a
aprovação do requerimento.
O relator da CPI, senador Demóstenes Torres (DEM-GO),
fez duras críticas à ação dos governistas. "Temos um circo armado para impedir que o senhor Carlos Wilson, o grande
corrupto e grande bandido da
Infraero, seja investigado. Na
semana passada, foi o senador
Renan Calheiros [absolvido pelo plenário da Casa], hoje será o
Carlos Wilson protegido."
Para o relator, sem as quebras de sigilo do ex-presidente
da Infraero, a CPI ficará com as
mãos amarradas para investigar irregularidades na estatal.
"Hoje nos igualamos à Câmara, onde a CPI foi criada para
abafar as investigações."
Os senadores Romero Jucá
(PMDB-RR), Valdir Raupp
(PMDB-RO), Ideli Salvatti (PT-SC), Wellington Salgado
(PMDB-MG), Fátima Cleide
(PT-RO) e Eduardo Suplicy
(PT-SP) foram contra a aprovação do requerimento. Como a
oposição estava em minoria, os
governistas conseguiram derrubar as quebras de sigilo.
A CPI investiga a crise no setor aéreo. A oposição atribui
parte da crise à má gestão do setor pela Infraero, no período
em que Wilson a comandava.
O ex-presidente da Infraero
está afastado da Câmara para
tratar um câncer. Demóstenes
se comprometeu com os governistas a não convocá-lo a depor.
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