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Presa quadrilha acusada de desviar remédios de hospitais
Suspeita é que medicamentos para câncer eram vendidos em outros Estados
DA REPORTAGEM LOCAL
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA ONLINE
Um grupo acusado de furtar,
roubar ou desviar medicamentos para câncer de hospitais públicos foi preso ontem na Operação Medula, desencadeada
pela Polícia Civil em São Paulo.
Segundo a Secretaria da Segurança Pública, 13 distribuidoras participaram do esquema que tirou remédios de hospitais paulistas para revendê-los em 50 cidades de 20 Estados, além do Distrito Federal.
A Secretaria da Saúde do Estado estimou o prejuízo em
R$ 40 milhões. O atendimento
ao público não foi afetado, segundo informou a pasta.
Nove pessoas foram detidas.
A base do esquema era familiar,
segundo a polícia, já que quatro
dos presos são da mesma família. O empresário Dahir Fernandes Filho foi indiciado como o chefe do grupo. Ele é acusado de aliciar funcionários de
hospitais e contatar quadrilhas
especializadas em roubos.
Seus três filhos Giovana, Giuliana e Stefano Mantovani Fernandes aparecem entre os proprietários das distribuidoras
Armazém Central e Garden
Farma, acusadas de participação. Também foi preso Rodrigo
Eduardo de Paulo (ex-companheiro de Giovana).
De acordo com o Alexandre
Zakir, corregedor da área da
Saúde, as investigações tiveram
início em 2007, após um furto à
farmácia do Hospital do Servidor Público Estadual. Outros
casos se seguiram: roubo a um
posto de saúde na Vila Mariana,
desvio no Instituto do Câncer
do Estado de SP Octavio Frias
de Oliveira e furto no Hospital
Estadual Mário Covas, em Santo André (Grande São Paulo).
O alvo eram os medicamentos Mabthera, cuja dose custa
em torno de R$ 6.000, e Glivec
-R$ 10 mil o frasco, segundo
dados do governo.
Os acusados presos ontem
responderão por crimes como
roubo, receptação e crime contra a saúde pública.
A Folha procurou representantes dos presos. A advogada
que acompanhou os depoimentos não quis se manifestar.
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