São Paulo, domingo, 19 de setembro de 2010

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FOCO

Voluntariado enrijece regras e exige testes de candidatos

FLÁVIA MANTOVANI
DE SÃO PAULO

Tornou-se longo processo para se tornar voluntário. Pode envolver entrevista, dinâmicas, cursos, estágio, provas e formatura no final.
Se antes bastava querer para doar seu tempo, hoje não é bem assim. Organizações não governamentais estão profissionalizando o recrutamento, promovendo seleções e cursos que podem durar quase um ano.
A necessidade de preparar o voluntário para lidar com a metodologia da ONG, com o público atendido e com o ambiente de atuação motivaram a mudança, assim como a tentativa de torná-lo mais comprometido e a inevitabilidade de ter que selecionar diante de uma procura maior do que a demanda.
Para Sílvia Naccache, coordenadora do CVSP (Centro de Voluntariado de SP), é uma tendência. "As pessoas precisam incluir o voluntariado na rotina."
Hoje, a maioria das ONGs organiza ao menos uma palestra ou entrevista inicial. Mas há casos mais extremos, como o processo do Canto Cidadão, que tem, entre outros projetos, um grupo de palhaços que atua em hospitais.
Antes, havia prova de conhecimentos gerais, entrevista, dinâmicas de grupo, formação teórica de 60 horas e prática de 20.
Uma preocupação de ONGs que atuam em hospitais é com a segurança em relação à contaminação.
No VER, grupo de voluntários do Instituto de Infectologia Emílio Ribas, há palestras sobre o tema.
A palestra é uma das etapas que compõem a seleção de outra associação, a Viva e Deixe Viver, que atua com contação de histórias para crianças doentes.
São aos sábados e, no fim, o candidato acompanha um contador mais experiente. Entre a inscrição e o fim do processo, passa quase um ano.
O cuidado para que o candidato entenda as regras é ainda maior no caso do ativismo ambiental. "Quando a pessoa vai pra rua levando a nossa causa, tem que estar muito segura", diz Pedro Torres, coordenador nacional de voluntários do Greenpeace.


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