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URBANISMO
Prefeitura põe em playground material que oferecia risco a crianças do centro
SP dá à periferia pedras rejeitadas
da Reportagem Local
A Prefeitura de São Paulo transferiu para a periferia da cidade pedras que não serviram como piso
de playground em praça de Higienópolis (centro).
A mudança aconteceu na semana passada após polêmica com
cerca de cem mães que moram
perto da praça Buenos Aires e que
rejeitaram as pedras alegando que
havia risco para as crianças.
O Depave (Departamento de
Parques e Áreas Verdes) aceitou o
pedido, só que apenas mudou as
pedras de lugar, para o parque
Santa Amélia, no Itaim Paulista,
zona leste da capital.
"Isso é absurdo. Se não era bom
para a criança do centro, também
não é bom para os nossos filhos",
disse Júlio César de Souza, 37,
bombeiro industrial.
Segundo o IQB (Instituto da
Qualidade do Brinquedo e dos
Artigos Infantis), a norma que regulamenta o assunto determina
que a pedra até pode ser usada,
desde que tenha no máximo pouco mais de um centímetro (12 milímetros) e que seja arredondada.
"O objetivo é impedir que a
criança se machuque", disse Vanessa Moura Eler,24, coordenadora técnica do IQB.
No Itaim Paulista, a Folha encontrou pedras de até cinco centímetros de comprimento no playground das crianças. E as menores tinham pontas, o que contraria as normas técnicas.
O Depave informou que as pedras da praça Buenos Aires realmente foram transferidas para o
parque Santa Amélia. Mas negou
que tenha havido discriminação
na transferência.
Segundo o departamento, o
perfil de usuários da praça Buenos Aires era de crianças com até
cinco anos. O público da praça
Santa Amélia é de crianças mais
velhas, que já sabem andar e estão
menos sujeitas a acidentes.
"O playground do parque da
zona leste estava sem pedrisco
por causa de obras de manutenção. Só levamos as pedras para lá
porque o local já usava esse tipo
de material e nunca tivemos reclamações", afirmou o diretor do
Depave, Luiz Cláudio Perez.
Segundo o diretor, as praças
Buenos Aires e Santa Amélia são
as únicas áreas de lazer da cidade
que foram planejadas para usar o
"pedrisco". As outras 29 áreas
usam grama, areia ou terra.
Apesar de ser pouco usado em
São Paulo, Perez afirmou que o
pedrisco tem duas vantagens: facilita a drenagem e é mais "saudável" do que a terra, onde ocorre
desenvolvimento de bactérias e
transmissão de doenças.
O Depave informou que vai realizar uma pesquisa entre os usuários do parque Santa Amélia para
definir se retira as pedras.
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