São Paulo, sábado, 19 de outubro de 2002

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TRANSPORTES

Integrantes do governo passaram o dia em reuniões para tentar derrubar liminar e evitar a falta de ônibus nas linhas

Decisão pega a prefeitura de surpresa

DA REPORTAGEM LOCAL

A reintegração de posse dos ônibus de Romero Niquini pegou de surpresa a gestão Marta Suplicy (PT). Representantes da SPTrans e da Secretaria dos Transportes passaram o dia inteiro em reuniões para tentar reverter a decisão e evitar a redução da oferta de veículos à população.
Segundo a assessoria de imprensa da SPTrans, a prefeitura tentará derrubar na Justiça a liminar obtida por Niquini. A empresa avalia que não houve prejuízos aos usuários, apesar da retirada dos primeiros 25 ônibus de fabricação 2002. Até as 23h, as reuniões continuavam, e ninguém pôde atender a Folha.
A rescisão contratual feita no mês passado foi a maior investida do governo Marta até hoje contra os empresários de ônibus de São Paulo. O secretário dos Transportes, Carlos Zarattini, acusou as viações de Niquini de "fraude" ao dizer que elas vendiam vales-transporte no mercado negro. A acusação surpreendeu empresários do setor pela proximidade do presidente do grupo, William Ali Chaim, com a cúpula petista.
Zarattini disse que a decisão da prefeitura era resultado de uma auditoria feita em 12 de agosto nas empresas de Niquini. Nesse dia, elas informaram à SPTrans uma arrecadação de 54.675 vales-transporte, 21,53% do total de pagantes. A fiscalização, porém, identificou 143.309 vales-transporte -56,42% dos pagantes- nos relatórios dos cobradores.
Chaim diz que não houve direito de defesa por parte do grupo e que a diferença na prestação de contas foi resultado de erros burocráticos e formais, informados à SPTrans no dia seguinte, mas que não houve desvios. (AI)


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