UOL


São Paulo, domingo, 19 de outubro de 2003

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

NO FIO DO BIGODE

Mas, depois da Gillette, ninguém faz barba lá, diz "oficial de barbeiro"

Barbearia permanece a mesma há 83 anos, com clientela fiel

DA REVISTA

O Salão São Paulo sobrevive na rua Benjamim Constant desde o tempo em que a expressão "fazer barba, cabelo e bigode" tinha um significado literal. E tudo continua igual.
Logo de cara, três cadeiras de barbear Koken, dos EUA, e a parede de cristal, impecavelmente lustrada, mostram que o lugar é bem cuidado. O oficial de barbeiro, como gosta de ser chamado Nercio Rossi, 82, mostra os instrumentos usados desde o final da década de 10.
À direita do "freguês", a Antiseptique de Paris, máquina que usava lamparina de formol para esterilizar instrumentos. "Usei até os anos 70, mas começou a queimar o cabo das tesouras", diz Nercio, enquanto tira tíquetes de uma registradora de madeira, responsável pelo movimento diário há quase 60 anos.
"Mantenho o corte de oito a dez cabelos por dia. Barba, cheguei a fazer 15, mas, depois que lançaram a Gillette, ninguém mais vem ao salão para isso. Mas não posso reclamar, tenho uma clientela fiel", diz.


Salão São Paulo. R. Benjamim Constant, 39. Não tem telefone


Texto Anterior: Comércio "do tempo da onça" resiste no centro
Próximo Texto: Salvo pelos mochileiros: Dono espera melhora com a revitalização
Índice

UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.