São Paulo, sexta-feira, 19 de novembro de 2010

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Suspeito de balear gay é identificado

Terceiro-sargento Ivanildo Ulisses Gervásio foi reconhecido por vítima e testemunhas no Forte de Copacabana

Militar está detido no Rio e deve ser indiciado sob a suspeita de tentativa de homicídio duplamente qualificado

JOÃO PEQUENO
DO RIO

O terceiro-sargento do Exército Ivanildo Ulisses Gervásio, 37, foi reconhecido ontem como o autor do tiro de pistola que feriu um jovem de 19 anos no parque Garota de Ipanema, no Arpoador, após a Parada Gay do último domingo em Copacabana (zona sul do Rio).
Ele foi identificado- na presença do delegado Fernando Veloso, da 14ª DP (Leblon)- pela vítima e por quatro testemunhas no Forte de Copacabana, onde cumpre prisão administrativa determinada pelo Comando Militar do Leste.
Segundo o delegado, o Exército lhe informou que o terceiro-sargento havia confessado ser o autor do disparo contra o jovem.
Ainda segundo o delegado, o Exército constatou que a munição da pistola 9 mm do militar foi trocada, e vestígios de pólvora foram encontrados em sua mão.
Além disso, o Exército afirmou ao delegado que, no domingo, os militares suspeitos saíram do forte durante o horário de serviço, o que é proibido.

MOTIVO TORPE
O sargento deve ser indiciado sob suspeita de tentativa de homicídio duplamente qualificado, por motivo torpe e sem dar chance de defesa.
O terceiro-sargento Jonathan Fernandes da Silva e o cabo Luiz Gustavo Conceição Batista também foram reconhecidos pelos cinco como os militares que acompanhavam Gervásio.
Como não foram presos administrativamente, a Polícia Civil avalia a possibilidade de pedir à Justiça a prisão dos dois.
A reportagem não teve acesso ontem aos três militares suspeitos.

RECONHECIMENTO
A vítima e as testemunhas ficaram frente a frente com os supostos agressores no Forte de Copacabana.
Os suspeitos e outros quatro militares, com características físicas semelhantes, foram alinhados e identificados por números.
No dia do crime, o rapaz baleado contou à polícia que três militares hostilizaram um grupo de 15 jovens homossexuais que namoravam no parque Garota de Ipanema, numa área ao lado do Forte de Copacabana.
Por volta da meia-noite, disse o rapaz baleado, três militares fardados abordaram o grupo, pediram as identificações e passaram a hostilizá-los.
De acordo com ele, um dos militares o derrubou no chão e atirou em sua barriga, mas o tiro não acertou nenhum órgão vital.
Já segundo uma das testemunhas que participou do reconhecimento, um adolescente de 16 anos, mesmo com a vítima sangrando, os militares mandaram os jovens saírem correndo do parque.


Colaborou FELIPE CARUSO


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