São Paulo, quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

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Outro lado

Advogado de 2 dos acusados nega tortura

AGÊNCIA FOLHA, EM BAURU

O advogado José Roberto Ozeliero Spoldari -que defende o tenente Roger Marcel Vitiver Soares de Souza, 31, e o soldado Émerson Ferreira, 35- afirmou que seus clientes não tiveram conhecimento de nenhuma tortura contra o menino Carlos Rodrigues Júnior.
Ele disse que o soldado não entrou em nenhum momento no quarto do adolescente.
Já o tenente, segundo o advogado, entrou apenas três vezes na casa -quando abordaram o menino enquanto ele dormia, ao achar 30 gramas de maconha que pertenceria ao garoto e depois quando encontraram outros 300 gramas da substância. A outra vez que entrou na casa foi ao ser avisado de que o garoto estava desacordado.
O advogado diz que os policiais chegaram à casa por volta de 4h de sábado e ficaram por trinta minutos. Ele afirma que o tenente, ao abordar o garoto, saiu do quarto para vistoriar uma moto que estava do lado de fora da casa. O veículo, diz ele, já havia sido reconhecido, antes de os policiais entrarem na casa, como sendo fruto do roubo ocorrido na noite anterior.
Segundo ele, os soldados Maurício Augusto Delasta, 33, e Juliano Arcângelo, 34, foram deixados no quarto para cuidar do adolescente, que havia sido algemado. O advogado diz que o tenente só soube que o garoto passava mal quando foi avisado pelo soldado Ferreira, que ouviu os dois responsáveis pela vigia de Rodrigues Júnior dizendo que havia algo errado.
Ao entrar na casa, o tenente já viu o menino desacordado, segundo a defesa. "Ele levou o caso imediatamente ao seu superior." Ele diz ainda que o tenente deu voz de prisão aos soldados Delasta e Arcângelo, e que apreendeu um fio condutor de energia que foi escondido no porta-malas de um dos carros da polícia pelo cabo Gérson Gonzaga da Silva, 42.
O advogado Luiz Henrique Mitsunaga, responsável pela defesa do cabo Gonzaga da Silva e dos soldados Arcângelo, Delasta e Ricardo Ottaviani, 34, diz que não teve acesso ao laudo da perícia e não se manifestaria sobre a tortura até ter conhecimento da perícia. Ele disse que se manifestará oficialmente hoje. Na segunda-feira, ele havia informado que o rapaz teve um mal súbito logo após ser algemado dentro de seu quarto. (TALITA BEDINELLI)


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