|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Outro lado
Advogado de 2 dos acusados nega tortura
AGÊNCIA FOLHA, EM BAURU
O advogado José Roberto
Ozeliero Spoldari -que defende o tenente Roger Marcel Vitiver Soares de Souza, 31, e o soldado Émerson Ferreira, 35-
afirmou que seus clientes não
tiveram conhecimento de nenhuma tortura contra o menino Carlos Rodrigues Júnior.
Ele disse que o soldado não
entrou em nenhum momento
no quarto do adolescente.
Já o tenente, segundo o advogado, entrou apenas três vezes
na casa -quando abordaram o
menino enquanto ele dormia,
ao achar 30 gramas de maconha que pertenceria ao garoto e
depois quando encontraram
outros 300 gramas da substância. A outra vez que entrou na
casa foi ao ser avisado de que o
garoto estava desacordado.
O advogado diz que os policiais chegaram à casa por volta
de 4h de sábado e ficaram por
trinta minutos. Ele afirma que
o tenente, ao abordar o garoto,
saiu do quarto para vistoriar
uma moto que estava do lado de
fora da casa. O veículo, diz ele,
já havia sido reconhecido, antes
de os policiais entrarem na casa, como sendo fruto do roubo
ocorrido na noite anterior.
Segundo ele, os soldados
Maurício Augusto Delasta, 33, e
Juliano Arcângelo, 34, foram
deixados no quarto para cuidar
do adolescente, que havia sido
algemado. O advogado diz que o
tenente só soube que o garoto
passava mal quando foi avisado
pelo soldado Ferreira, que ouviu os dois responsáveis pela vigia de Rodrigues Júnior dizendo que havia algo errado.
Ao entrar na casa, o tenente
já viu o menino desacordado,
segundo a defesa. "Ele levou o
caso imediatamente ao seu superior." Ele diz ainda que o tenente deu voz de prisão aos soldados Delasta e Arcângelo, e
que apreendeu um fio condutor
de energia que foi escondido no
porta-malas de um dos carros
da polícia pelo cabo Gérson
Gonzaga da Silva, 42.
O advogado Luiz Henrique
Mitsunaga, responsável pela
defesa do cabo Gonzaga da Silva e dos soldados Arcângelo,
Delasta e Ricardo Ottaviani, 34,
diz que não teve acesso ao laudo da perícia e não se manifestaria sobre a tortura até ter conhecimento da perícia. Ele disse que se manifestará oficialmente hoje. Na segunda-feira,
ele havia informado que o rapaz teve um mal súbito logo
após ser algemado dentro de
seu quarto.
(TALITA BEDINELLI)
Texto Anterior: PMs falavam que aquilo era normal, diz mãe Próximo Texto: "Só ouvi os gritos dele, mas não pude fazer nada", afirma irmã de adolescente Índice
|