São Paulo, sábado, 19 de dezembro de 2009

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Jovem come mal, vê muita TV e não gosta do corpo

DA SUCURSAL DO RIO
DA REPORTAGEM LOCAL

Com 13 anos, Stephanie do Amaral assiste a pelo menos três horas de TV todos os dias, enquanto divide com a irmã Natália, 8, um pacote de biscoito e uma caixa de chocolates.
Ela odeia frutas e só faz exercícios na aula de educação física. Mas, apesar de ser comilona, ela se acha muito magra: pesa só 42 quilos, com 1,70 m.
A adolescente é um retrato do que revela a Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar, do IBGE. Jovens com idades entre 13 e 15 anos são sedentários, alimentam-se mal e estão insatisfeitos com o corpo.
Quase 57% dos jovens fazem menos exercícios do que o ideal. As meninas são ainda mais inativas: quase sete em cada dez fazem menos de 150 minutos de exercício por semana, considerado o deslocamento à escola, a pé ou de bicicleta, e a aula de educação física.
Os jovens preferem a TV: oito em cada dez passam duas ou mais horas por dia na frente do aparelho, tempo maior do que o recomendado pela Organização Mundial da Saúde, de, no máximo, duas horas.
O sedentarismo se associa aos maus hábitos alimentares. Metade dos adolescentes comeu guloseimas (batata frita, salgado, bala, biscoito) em cinco dos sete dias da semana anterior à pesquisa, enquanto só 37% consumiram frutas.
Para Kátia Terumi Rodrigues, nutricionista do Complexo Hospitalar Edmundo Vasconcelos, esses dados explicam porque o nível de obesidade infantil vem aumentando em todo o mundo. "Guloseimas contêm muito sódio, o que pode levar à elevação da pressão arterial e a problemas cardíacos".
Os dados mostram ainda que grande parte dos jovens é insatisfeita com o próprio corpo, o que pode prejudicar o desenvolvimento do adolescente, diz o instituto. Quase dois terços (63%) fazem algo para perder, ganhar ou manter o peso.
Entre as meninas, uma em cada três fazia algo para perder peso -dessas, 7% relataram ter vomitado ou ingerido medicamentos para emagrecer. As alunas de escola pública (10%) recorrem mais à prática do que as de escola privada (6%). (SAMANTHA LIMA E TALITA BEDINELLI)


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