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Diretor do Dante Pazzanese contratou empresa de enteada
Feito por licitação, contrato no valor de R$ 260 mil ao mês é investigado pelo TCE (Tribunal de Contas do Estado)
Em novembro, Leopoldo Soares Piegas foi afastado do cargo após suspeitas de envolvimento do hospital em esquema de fraudes
JOSÉ ERNESTO CREDENDIO
DA REPORTAGEM LOCAL
O diretor clínico do Instituto
Dante Pazzanese, Leopoldo
Soares Piegas, contratou a empresa de uma enteada para
prestação de serviços de gestão
de materiais por R$ 260 mil ao
mês. O contrato com a UniHealth, feito por licitação, é investigado pelo TCE (Tribunal
de Contas do Estado).
Piegas foi afastado temporariamente do cargo, em novembro, após suspeitas de envolvimento do hospital em um esquema de fraudes em licitação.
A Polícia Civil investiga ainda
desvio de material médico-hospitalar do Dante para a empresa Unitown, do grupo da UniHealth. A mulher de Piegas, a
psicóloga Rosângela Lurbe, foi
sócia da Unitown.
Mayuli Lurbe Fonseca, uma
das filhas de Rosângela, é sócia
e diretora da UniHealth.
Piegas e Mayuli já trabalharam juntos em pesquisa; ao se
inscreverem no prêmio Governador Mario Covas, o e-mail
deixado para contato com Piegas é o usado por Mayuli na
UniHealth. Foi o próprio Piegas quem assinou o contrato,
em setembro de 2006 -durante o governo de Claudio Lembo
(DEM), com a UniHealth. O valor original já foi reajustado para R$ 289 mil. O contrato pode
ser prorrogado para até cinco
anos, alcançando o valor total
de cerca de R$ 18 milhões.
Investigação
O TCE já apontou irregularidades em outra licitação envolvendo a UniHealth -desta vez
para realizar o mesmo serviço
no Conjunto Hospitalar de Sorocaba, também ligado ao governo de São Paulo, por R$ 160
mil mensais. Esse contrato foi
assinado por Mayuli Fonseca.
Segundo análise de auditores
do TCE, "evidenciou-se prévio
vínculo" entre as empresas que
participaram do pregão: UniHealth, JTR Logística e Transporte e Doca Operadora, todas
sediadas em Barueri (SP). São
as mesmas empresas que disputaram a licitação do Dante.
"Foram observados indícios
de direcionamento e de vínculos prévios entre as licitantes",
afirma despacho do TCE. Além
dessa suspeita, os auditores
ainda dizem que nem houve parecer jurídico para contratar a
empresa e que o serviço prestado era inadequado.
Segundo o TCE, foram verificadas "condições impróprias
de armazenamento de produtos, e servidores públicos trabalhando sob a orientação da contratada", o que é ilegal.
Em outro pregão [espécie de
licitação] no Dante em 2005,
em que a UniHealth foi desabilitada pelo pregoeiro por não
ter apresentado toda a documentação exigida no edital,
Piegas assina despacho em que
aceita recurso da empresa e a
declara vencedora da licitação,
por R$ 83 mil mensais.
Essas mesmas três empresas
participaram de outro pregão
na Prefeitura de Londrina
(PR), de R$ 9,2 milhões, onde
também houve suspeitas de
tentativa de fraude. Na época,
início de 2007, a Controladoria
Geral de Londrina apontou que
havia "possibilidade de acordo"
entre as empresas, que teriam
ligações entre si. Nenhuma delas apresentou a documentação
exigida pelo edital de Londrina.
Assim, não houve vencedor.
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