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53 são transferidos para evitar resgate
DIOGO PINHEIRO
DA FOLHA CAMPINAS
RODRIGO ROSSI
FREE-LANCE PARA A FOLHA RIBEIRÃO
A direção da Penitenciária 2 de
Itirapina (213 km de SP) transferiu ontem 53 presos após a descoberta de um suposto plano de resgate elaborado por uma quadrilha
ligada, segundo a polícia, às facções criminosas PCC (Primeiro
Comando da Capital), de São
Paulo, e CV (Comando Vermelho), do Rio de Janeiro.
Na ação, que deveria acontecer
até o final desta semana -segundo ligação anônima feita ao disque-denúncia com riqueza de detalhes sobre o plano-, a quadrilha realizaria dois atentados para
desviar a atenção da PM de Itirapina, enquanto outro grupo resgataria presos na P2.
Segundo o diretor-geral da penitenciária, José Reinaldo da Silva, parte da quadrilha realizaria
disparos contra a Prefeitura de
Analândia, cidade vizinha a Itirapina. Outro grupo atiraria contra
o fórum ou contra a prefeitura.
Segundo a denúncia, o grupo
também planejava o assassinato
do diretor da penitenciária. A
quadrilha estaria munida de explosivos, fuzis e granadas.
Os 53 presos foram transferidos
para a penitenciária de Avaré (33
detentos) e para o CDP (Centro
de Detenção Provisória) de Hortolândia (20 presos).
Outro fator que motivou a
transferência foi a suspeita de que
uma rebelião estava sendo articulada pelos detentos. Ontem, em
uma blitz, a PM constatou que a
grade da saída de ventilação de
uma das celas estava serrada, de
acordo com a direção.
Rio Claro
A Delegacia Seccional de Rio
Claro investiga a suposta ligação
de uma quadrilha presa anteontem na cidade com a ação que
ocorreria em Itirapina.
Três homens e uma mulher são
suspeitos de planejar um atentado contra um shopping de Araraquara para desviar a atenção da
polícia e resgatar presos da penitenciária da cidade.
De acordo com a polícia, a quadrilha é formada por mais de 30
pessoas, mantém contato com vários presídios e também teria ligação com o PCC e o CV.
A polícia de Rio Claro gravou,
com a autorização da Justiça,
mais de 19 horas de escutas telefônicas para chegar ao grupo que faria o atentado em Araraquara.
A direção da Penitenciária de
Araraquara reforçou a segurança
do prédio, principalmente nas
muralhas, após a prisão do grupo
em Rio Claro.
Segundo a Polícia Civil, o grupo
planejava resgatar até 20 presos
na penitenciária, que é de segurança máxima. O diretor da penitenciária, Jorge Aparecido Bento
de Camargo, afirma que a unidade conta com 980 presos e que alguns são membros do PCC. Até o
final de 2002, Marcos Willians Camacho, o Marcola, um dos líderes
da facção, estava detido no local.
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