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São Paulo, quinta-feira, 20 de março de 2003

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53 são transferidos para evitar resgate

DIOGO PINHEIRO
DA FOLHA CAMPINAS
RODRIGO ROSSI
FREE-LANCE PARA A FOLHA RIBEIRÃO

A direção da Penitenciária 2 de Itirapina (213 km de SP) transferiu ontem 53 presos após a descoberta de um suposto plano de resgate elaborado por uma quadrilha ligada, segundo a polícia, às facções criminosas PCC (Primeiro Comando da Capital), de São Paulo, e CV (Comando Vermelho), do Rio de Janeiro.
Na ação, que deveria acontecer até o final desta semana -segundo ligação anônima feita ao disque-denúncia com riqueza de detalhes sobre o plano-, a quadrilha realizaria dois atentados para desviar a atenção da PM de Itirapina, enquanto outro grupo resgataria presos na P2.
Segundo o diretor-geral da penitenciária, José Reinaldo da Silva, parte da quadrilha realizaria disparos contra a Prefeitura de Analândia, cidade vizinha a Itirapina. Outro grupo atiraria contra o fórum ou contra a prefeitura.
Segundo a denúncia, o grupo também planejava o assassinato do diretor da penitenciária. A quadrilha estaria munida de explosivos, fuzis e granadas.
Os 53 presos foram transferidos para a penitenciária de Avaré (33 detentos) e para o CDP (Centro de Detenção Provisória) de Hortolândia (20 presos).
Outro fator que motivou a transferência foi a suspeita de que uma rebelião estava sendo articulada pelos detentos. Ontem, em uma blitz, a PM constatou que a grade da saída de ventilação de uma das celas estava serrada, de acordo com a direção.

Rio Claro
A Delegacia Seccional de Rio Claro investiga a suposta ligação de uma quadrilha presa anteontem na cidade com a ação que ocorreria em Itirapina.
Três homens e uma mulher são suspeitos de planejar um atentado contra um shopping de Araraquara para desviar a atenção da polícia e resgatar presos da penitenciária da cidade.
De acordo com a polícia, a quadrilha é formada por mais de 30 pessoas, mantém contato com vários presídios e também teria ligação com o PCC e o CV.
A polícia de Rio Claro gravou, com a autorização da Justiça, mais de 19 horas de escutas telefônicas para chegar ao grupo que faria o atentado em Araraquara.
A direção da Penitenciária de Araraquara reforçou a segurança do prédio, principalmente nas muralhas, após a prisão do grupo em Rio Claro.
Segundo a Polícia Civil, o grupo planejava resgatar até 20 presos na penitenciária, que é de segurança máxima. O diretor da penitenciária, Jorge Aparecido Bento de Camargo, afirma que a unidade conta com 980 presos e que alguns são membros do PCC. Até o final de 2002, Marcos Willians Camacho, o Marcola, um dos líderes da facção, estava detido no local.


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