São Paulo, sábado, 20 de março de 2004

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Após 3 meses, ainda há controvérsia

DA AGÊNCIA FOLHA

Quase três meses depois de sua publicação, o Estatuto do Desarmamento ainda gera controvérsia. Para seus defensores, contribui para diminuir a criminalidade, reduzindo a circulação de armas. Já entre seus opositores, a opinião mais freqüente é que o estatuto serve apenas para desarmar a população "de bem".
Para Paulo Sérgio Pinheiro, pesquisador associado ao Núcleo de Estudos da Violência da USP e ex-secretário nacional dos Direitos Humanos (governo FHC), o estatuto aponta para o caminho correto, mas "é tímido".
Ele diz considerar necessária a suspensão da venda de armas de fogo, o que poderá ocorrer após referendo público em outubro de 2005. Pinheiro disse que a sensação de segurança que uma arma pode dar "é totalmente falsa".
"Há centenas de pesquisas no mundo que mostram que a possibilidade de você ser ferido ou morto se estiver armado é maior."
Na opinião do sociólogo Tulio Kahn, ao tirar armas de circulação no país, a lei deve diminuir os crimes cometidos em situações como brigas de bar e discussões no trânsito.
Já o deputado federal Luiz Antonio Fleury Filho (PTB-SP) afirma que o maior problema do estatuto é que, com ele, "o bandido vai ter certeza de não encontrar arma [com a vítima]".
O deputado estadual Conte Lopes (PP-SP) afirmou que "desarmaram apenas a população. O bandido continua armado".


Texto Anterior: Violência: Governo Lula adia início de desarmamento
Próximo Texto: Lei do PR resulta no recolhimento de 5.500 armas
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.