|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
OPERAÇÃO VAMPIRO
Com Humberto Costa, Luiz Cláudio Gomes da Silva sempre ocupou cargos de controle de finanças
Ministro da Saúde diz que se sente traído
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM RECIFE
O ministro da Saúde, Humberto
Costa, disse ontem a seus assessores que teve traída a relação de
confiança que mantinha com
Luiz Cláudio Gomes da Silva, preso pela Operação Vampiro.
Silva chefia a Coordenadoria
Geral de Recursos Logísticos do
ministério. Havia sido escolhido
pelo próprio ministro. Ao menos
desde 2001, era do "staff" de Costa
-na época, secretário da Saúde
de Recife. Silva cuidava do dinheiro da pasta, era diretor financeiro.
Já no ministério, em agosto de
2003, o ex-coordenador, participou da comissão que dirigiu temporariamente o Inca (Instituto
Nacional de Câncer) durante uma
crise administrativa, que acabou
com o afastamento do então diretor da instituição. Silva assumiu a
função de coordenador da área
administrativa-financeira.
Ontem, para acompanhar de
perto os desdobramentos das investigações sobre supostas irregularidades em concorrências internacionais a compra de medicamentos derivados de sangue, o
ministro decidiu antecipar sua
volta de Genebra, na Suíça, onde
participava da 57ª Assembléia
Mundial de Saúde.
Segundo a assessoria de imprensa do Ministério da Saúde,
Costa foi informado dos mandados de prisão logo pela manhã,
por telefone. Ao saber do suposto
envolvimento de funcionários da
pasta, inclusive os que ocupavam
cargos de confiança, determinou
o afastamento deles.
De acordo com a assessoria, o
ministério só foi informado pela
Polícia Federal da operação ontem de madrugada.
Em Recife (PE), os policiais
apreenderam o equivalente a R$
97 mil em dólares e euros, além de
R$ 114 mil, no apartamento de
Luiz Cláudio Gomes da Silva.
No local, os agentes federais encontraram também avisos de licitações, documentos do Ministério
da Saúde e currículos de trabalho
com indicações de pessoas para
cargos e contratações.
Os papéis, um computador e
um telefone celular foram recolhidos e levados com o dinheiro
-US$ 22 mil, 7.500 e R$ 114
mil-, à Superintendência da PF
em Pernambuco. O material será
encaminhado hoje a Brasília.
A PF pernambucana tinha ordem para prender Silva em Recife.
Isso acabou ocorrendo em Brasília. Os policiais receberam então a
determinação de deter Lourenço
Rommel Pontes Peixoto, mas ele
não foi encontrado.
No flat de Peixoto, foram
apreendidos dois recibos da galeria de arte Ranulpho, nos valores
de R$ 99.550 e R$ 45 mil, e cinco
certificados de autenticidade de
obras dos artistas Lula Cardoso
Ayres, Cícero Dias, Wellington
Virgolino e Juarez Machado.
Texto Anterior: Operação Vampiro: Licitação apresenta 16 irregularidades Próximo Texto: Outro lado: Advogados ainda tentam acesso ao inquérito Índice
|