São Paulo, quinta-feira, 20 de maio de 2004

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

FILANTROPIA

Entidade mantida por sindicato inaugura hoje a sua nova sede em Mairiporã (Grande SP)

Projeto Meu Guri amplia atendimento

DA REPORTAGEM LOCAL

Em plena serra da Cantareira, na região da Grande São Paulo, seis casas coloridas, com piscina e quadra de esportes, são construídas para abrigar um público exclusivo: crianças que vivem em situação de risco devido à desestruturação familiar. São as novas instalações do Centro de Atendimento Biopsicossocial Meu Guri, que serão inauguradas, hoje, às 12h, em Mairiporã.
A sede provisória da entidade filantrópica ficava no Tucuruvi (zona norte de São Paulo) desde que foi criada pela Força Sindical e pelo Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo em 1997.
Até hoje, o projeto atendia 33 crianças em situação de risco, com o intuito de reestruturação e reintegração familiar. Com as novas instalações serão criadas mais 87 vagas, totalizando 120.
A nova sede está avaliada em R$ 5,5 milhões. O dinheiro veio de empresários, do governo do Estado e de um empréstimo do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), de R$ 1,380 milhão.
Foram necessários três anos para o projeto da obra sair do papel -tempo necessário para adequação a todas as exigências legais, já que a entidade vai ocupar um terreno em área de proteção ambiental.
O local terá ainda um centro administrativo no qual funcionarão salas de aula, biblioteca, brinquedoteca e enfermaria.
A meta é disponibilizar os equipamentos de lazer para a comunidade vizinha e expandir o Meu Guri a crianças que, mesmo morando com a família, precisam, por exemplo, de receber assistência educacional.
Com isso, o gasto mensal da entidade deve passar dos atuais R$ 20 mil para R$ 80 mil. Todo o trabalho assistencialista é mantido com doações, segundo a presidente do Meu Guri, Elza de Fátima Costa Pereira.
Elza também ocupa a vice-presidência do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo. É casada com o presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, idealizador da entidade filantrópica.
Cada criança que entra na entidade é "adotada" por uma empresa, que doa ao Meu Guri R$ 500 por mês. Elza também costuma apresentar o projeto em assembléias de trabalhadores, que podem adotar uma criança em conjunto. Quando aprovada pelos funcionários, a doação é de R$ 0,50 descontados por mês no salário de cada um, no máximo.
"O importante é eles [os trabalhadores] terem consciência de que também participam e pensarem em algo além de sua casa, de seu próprio filho", diz Elza.
Na casa-abrigo, as crianças têm atendimento médico, odontológico e educacional. A única exigência é que, ao entrar no projeto, a criança tenha no máximo sete anos. Porém, quando o abrigado possui um irmão mais velho, ele também é acolhido, mesmo que sua idade supere o limite de sete anos.
Quando a criança volta para casa -o Juizado da Infância e da Juventude determina tanto a ida da criança para o Meu Guri como o retorno à família- a entidade repassa os R$ 500 provenientes da "adoção" para os pais. Esse repasse dura um ano, período no qual as assistentes sociais do projeto mantêm visitas a criança.


Saiba mais sobre a entidade no site www.meuguri.com.br


Texto Anterior: Tarso sinaliza que aceitará verba menor para fundo do ensino básico
Próximo Texto: Administração: Promotoria aponta fraude em varrição
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.