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Bares e restaurantes da capital mantêm caça-níqueis ativos
Dos 85 estabelecimentos visitados pela reportagem na capital, 60 mantêm os equipamentos ilegais em funcionamento, mesmo após ação da polícia
CARLA MONIQUE BIGATTO
DO "AGORA"
MASTRANGELO REINO
REPÓRTER-FOTOGRÁFICO
Um mês depois de a polícia
da capital declarar -com alarde- guerra à exploração de máquinas de caça-níqueis em São
Paulo, a reportagem flagrou
-entre os dias 15 e 17 de maio-
em 60 estabelecimentos dos 85
visitados na capital, a atividade
irregular. Em muitos casos, de
acordo com comerciantes, os
locais sequer são fiscalizados, e
os donos falam em acordo com
policiais -a polícia diz "desconhecer" a prática.
Desde 17 de abril, quando a
Justiça determinou que fossem
lacrados todos os equipamentos que exploram o jogo de azar,
a capital assistiu à multiplicação de engradados de cerveja
usados para camuflar as máquinas. "Passou um policial
aqui e disse só para não deixar
[o equipamento] visível", afirma o dono de um boteco.
Quem joga sabe da proibição.
"Proibido está, mas o que envolve muito dinheiro sempre
tem um jeitinho para funcionar", conta um freqüentador
assíduo de uma lanchonete localizada na quadra dos fundos
do prédio da Delegacia Geral da
Polícia, no centro. Foi para lá
que a Justiça enviou a ordem de
apreensão das máquinas.
Dos bares visitados com caça-níqueis funcionando, muitos fazem parte da lista dos
quase 1.400 lacrados em abril.
Na região central, porém, apenas um voltou a ser lacrado, e o
comerciante, autuado. Ainda
assim, o local -que fica em
frente ao 3º DP (Santa Ifigênia)- só foi vistoriado pela polícia depois de denúncia exibida por uma emissora de TV.
Em Santana (zona norte),
por exemplo, quase 20 bares de
uma mesma rua tem máquinas
ativadas. A reportagem também encontrou máquinas na
rua Ferreira de Araújo, em Pinheiros (zona oeste), a menos
de cem metros do Departamento de Polícia da Capital,
onde o jogo é investigado.
A facilidade de acesso e o alto
faturamento, além do poder viciante entre seus jogadores,
tornam os caça-níqueis tão populares. Os donos de bares podem comprar ou alugar as máquinas por cerca de R$ 2.000.
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